terça-feira, 4 de maio de 2010

TGV – Equívocos e Re (in) flexões

A linha Lisboa - Caia (Madrid), é das 3 linhas inicialmente programadas, aquela cujos valores de rentabilidade esperada, menos impacto negativo poderá vir a produzir na conta de exploração da CP ou de qualquer outro concessionário que a venha a explorar.

Ainda assim e se a rentabilidade fosse atractiva certamente haveria operadores privados interessados em a construir e explorar, mas não há, um único. Se isto é sintomático, e nos diz muito sobre o risco associado a esta construção, mais questões nos levanta acerca da sua exploração futura.

Por outro lado esta linha, significa uma ligação em alta - velocidade á respectiva rede transeuropeia e a prazo, com o aumento esperado dos preços do petróleo, e o subsequente aumento das tarifas aéreas, poderá vir a revelar-se de importância estratégica para o nosso país. Este é sem duvida o argumento de maior peso, usado pelos indefectíveis apoiantes da sua construção.
 
Mas vejamos melhor...
A construção da linha TGV Lisboa - Madrid, implica também a construção da terceira travessia do Tejo em Lisboa ( TTT- Lx ), a não ser que queiramos que a ultima estação do TGV, fique no Barreiro e depois os passageiros atravessem o rio nos barcos da Fertagus !!??

É assim que de um investimento inicial estimado de 3,000 milhões de Euros, ( divididos por 6 anos ), para a construção da linha de TGV, teremos que lhe acrescer pelo menos outros 2,000 milhões para a construção da TTT, ferro/rodoviária,  e o investimento publico passa de 3 para 5,000 milhões de euros, com a expectativa de que os números finais possam efectivamente dobrar estes valores, dada a habitual incúria e falta de zelo a que os nossos governantes e subsequentes organismos de controlo da execução das contas publicas já nos habituaram.

De um investimento inicial de 500 milhões de euros / ano -  equivalente a 1% a mais na Taxa de IVA - passamos para um investimento  que custará ao estado não menos de 850 milhões de euros/ ano com toda a certeza e que poderá ira alem dos 1,000 milhões/ ano, o custo total dos 2 submarinos, recentemente adquiridos.

Dir-me-ão desta vez os defensores do investimento publico que esta é uma forma de ir mantendo a economia á tona de água, impedindo-a assim de se afundar definitivamente no mar de desânimo e desalento que aos poucos parece estar a tomar conta de nós.

Será este o melhor investimento publico? É  que a incorporação de mão de obra, nacional é mínima, sendo que o grosso dos trabalhadores a ocupar será mão de obra estrangeira, boa e barata.

Quanto á incorporação de tecnologia industrial nacional, não deverá ultrapassar os 20%, uma vez que praticamente todo o equipamento com valor acrescentado significativo é importado.
Por outras palavras o efeito desmultiplicador deste investimento na economia portuguesa, é substancialmente reduzido, contudo o compromisso financeiro é efectivo e fica para as próximas gerações.

Sendo o tecido empresarial português composto em mais de 90% por PME´s, a minha questão é saber se não haverá outras formas mais prementes, dirigidas e focadas de aplicar o investimento publico?

O exemplo de uma boa opção de investimento publico é o programa de reconstrução de escolas publicas, que tem permitido manter sobrevivas inúmeras empresas na área da construção, evitando assim mais custos para o estado via aumento do desemprego e menos impostos arrecadados, caso a falência destas empresas se verificasse em catadupa, o que até agora ainda não aconteceu.

Um outro argumento usado pelos defensores do TGV, é o apoio comunitário. cerca de 1/3 do investimento a realizar no TGV, pode provir do orçamento da EU. Recordo que a EU apoia com base nos valores iniciais e não nos valores finais verificados pelo que a fracção (1/3) facilmente poderá ver o seu denominador multiplicado por 2, ou por 3..

Se por mera hipótese os mercados internacionais nos viessem a demonstrar que a nossa capacidade de endividamento externo, estivesse próxima do limite, e fossemos obrigados a prescindir de alguns destes investimentos públicos, será que a construção do Novo Aeroporto não ultrapassaria facilmente a necessidade de construção do TGV ?

Nota: Portugal é o país do Euro cujo o valor do Endividamento Externo ( Estado + Empresas + Famílias ), é maior face ao PIB, colocando-nos numa situação pior que a Grécia, Itália, Espanha, Irlanda ou mesmo Reino Unido.



9 comentários:

  1. Olá a Espiralistas

    Gosto particularmente deste tema! Há cerca de 20 anos que sou defensor deste projecto da linha de alta velocidade entre Lisboa e Badajoz (mais ou menos), porque da fronteira até Madrid, constrói Espanha. Coisa que eles (des)esperam há 20 anos, porque é a forma de também irem buscar dinheiro a Bruxelas e de fazerem um investimento estratégico na sua Extremadura (2ª província mais pobre a seguir à Andaluzia). As restantes linhas projectadas não passam de delírios de grandeza e esbanjamento do dinheiro que não temos.

    Escalpelizando os teus números, chego à conclusão que sem a TTT o investimento real orçamentado do estado, seria € 2.000 milhões em 6 anos, o que daria a razão de € 333,33 milhões/ano. A mesma matemática se aplica portanto se incluirmos a TTT, passando o esforço anual de investimento para € 555,55 milhões por ano. Isto corresponde, grosso modo a metade do que foi “desperdiçado” com o Magalhães.

    São conhecidas as derrapagens (corrupção) das obras públicas, mas isso não deve ser um argumento a ter em conta, porque apesar do historial que conhecemos, nada obsta a que pelo menos uma vez, não seja possível gerir bem um orçamento/obra pública. O Paulo Macedo nos impostos provou bem que isso é possível. É só querer e não se deixar comprar…

    Cuidado com as sugestões de aumento de impostos, em particular do IVA, uma vez que este tem um efeito multiplicador muito forte na sua redução, com efeitos (muitas vezes) imediatos, aumentando o consumo dos particulares, o que agrava a balanca comercial e de pagamentos, uma que tem uma componente de importações muito elevada.
    Por outro lado, apresenta um efeito desmultiplicador, também muito forte, no seu aumento, contraindo fortemente o consumo dos particulares e reduzindo assim a receita absoluta. Não pensem que a redução da taxa de IVA para os 20% foi porque a economia estava a melhorar (como se tem visto?!?!?). Ela deu-se, por manifesta contracção da receita global do imposto e para transmitir aos eleitores ignorantes uma mensagem de que tudo estava a ir pelo melhor.

    Quanto à incorporação de tecnologia e mão-de-obra nacional, estamos conversados. Não tenho nada a modificar no que foi escrito, a não ser que não tem de ser assim necessariamente. Tudo depende da forma como for elaborado o caderno de encargos do concurso. Os comboios de alta velocidade, são comboios! Continuam a rodar sobre carris e a usar motores eléctricos. Nada que não possa ser produzido a nível interno. O mesmo é aplicável à TTT, se, se optar por construir em betão! Quem é ensina alguma coisa às empresas e projectistas nacionais neste domínio?

    Claro que há formas mais eficazes de transferir capitais públicos para o sector privado das PME’s, com efeitos de alavancagem fortes no sector real daa economia e no sector financeiro. Só que dessa forma não há espaço para “estender” os tentáculos do governo colocando amigos e funcionários dos “partidos” em posições altamente remuneradas e de pagar os “favores” prometidos durante as campanhas eleitorais…

    Quanto ao endividamento externo, principalmente o das famílias, gostava de saber a origem desses números, porque tanto quanto “ignoro”, tirando as “famílias” Epírito Santo, Mayer, Amorim, Champalimaud e alguns afins mais, os particulares não se individam no estrangeiro. A não ser que estejam a contabilizar os cartões de crédito American Express, Citibank e Barclaycard?

    Abraços Ambientais
    fc

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  2. Olá Fernando,

    Só uma pequena correcção o custo inicial estimado da linha Lisboa - Caia ( para ser mais preciso ) é superior a 3,000 M€. Ora sabendo nós que as obras nunca custam menos do dobro do estimado inicialmente, um valor final no intervalo entre os 5 e os 6,000 M€, não seria de todo despropositado.
    A relação que fases com o que foi gasto com o Magalhães parece algo desproporcional, mas confesso que não estou dentro dos números do magalhães, em todo o caso comparas os custos anuais deste projecto a suportar em 6 anos com uma iniciativa que penso eu durou 3 anos!!??
    Quanto ao eventual aumento do IVA, não pretendia fazer nenhuma sugestão, mas penso que será inevitável, os Gregos acabam de o fazer e nós não temos alternativa.

    Há ainda um pormenor, que deriva da construção do TGV, que eu não referi no texto, e que tem a ver com a necessidade de energia eléctrica para alimentar esta linha. Fazes ideia da capacidade instalada que é necessária?

    Já agora aproveito tambem um comentário do meu amigo Vitor Soares, que me foi enviado por email em que ele acha mais oportuna a construção da linha de TGV, adiando a construção do NAL ( Novo Aeroporto de Lisboa ) uma vez que com o recente decréscimo do volume de trafego aereo internacional na Portela é natural que esta aeroporto possa ainda ser eficiente e eficaz durante mais alguns anos do que os previstos há 2 ou 3 anos atrás.

    Obrigado mais uma vez pelo teu riquíssimo comentário e pela coragem de dares a tua opinião, neste espaço.

    Para finalizar eu não sou por principio contra estas obras e até as entendo em certa medida necessárias, mas o "momentum" não de todo este.
    Grande Abraço

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  3. Olá Miguel

    Não tenho ideia da necessidade de potência para fazer andar o TGV, mas não me parece um argumento nem sólido nem válido para se invalidar o projecto. Nem sequer no âmbito ambiental, já que está por provar a "eficácia" da solução eólica e detrimento da fotovoltaica (o que não deixa de me levantar algumas suspeitas).

    Acho que deixei claro que gastar o dobro do orçamentado não é um destino inexorável. As grandes obras de construção lançadas por privados, para empresas privadas, não costumam derrapar...

    A minha defesa da pequena linha do TGV, baseia-se apenas nos seguintes argumentos:
    a) Integração na rede europeia de alta velocidade;
    b) Custo unitário de transporte muito baixo num horizonte de 10 anos.
    c) Alternativa comercial ao transporte de pessoas e mercadorias (muito competivo) ao transporte rodoviário;
    d) Melhoria no acesso das empresas espanholas aos portos portugueses (Nomeadamente de Lisboa e Setúbal).
    e) Os efeitos multiplicadores a médio prazo dos meios de transporte de massa;
    f) Menor impacto ambiental;
    g) Estratégia de antecipação ao prevísivel aumento contínuado do petróleo.

    Os argumentos relacionados com o volume de emprego e de transferências de tecnologia ou de perda de fundos estruturais, parecem-me absolutamente comesinhos e de curto prazo e que portanto nada resolvem para o futuro.

    A comparação com o Magalhães foi só em termos de "cash flow" anual do erário público, porque compara com o balanço de um ano de cruzeiro desse famigerado "descobridor" contemporâneo.
    Vou procurar o link do número avançado pelo Min. das Finanças na Comissão Parlamentar sobre o dito.

    Aumentar o IVA é uma pseudo-solução perversa. O nível de rendimentos das famílias portuguesas reais e das empresas reais, não suporta isso outra vez, nesta época, em minha particular opinião. Só contribui para gerar maior estrangulamento em 10 milhões de Portugueses, em vez de afectar 1,5 milhões de portugues, se forem cortados 500.000 empregos públicos improdutivos.
    Até porque essa solução foi aplicada pelo anterior governo, que mais não fez do que estrangular 4 anos de potencial crescimento e convergência da economia portuguesa, para controlar um défice que está descontrolado pelo lado das despesas fixas.

    Quanto ao NAL parece-me tão óbvio que ele não vai ser construído nos próximos anos, que não faz já parte, sequer, dos cenários sobre os quais reflectir... :)

    Abraços Ambientais

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  4. Olá Fernando, mais uma vez.
    Parece-me que a única coisa que nos divide mesmo é o "momentum", tu continuas a pensar que o estado ainda tem capacidade financeira para avançar. Eu não. Pelo menos agora e até que se perceba que ou se tomam profundas medidas de austeridade, ou é o próprio Euro que está em causa. Grande Abraço

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  5. Olá

    O que nos une é a vontade de construir.

    Acredito que devem ser tomadas medidas drásticas. Mas o mundo não vai acabar por causa desta crise (talvez por um vulcão?!), nem creio que o Euro esteja em perigo de acabar. Não é uma ilacção que se possa retirar da História, mesmo da mais recente.

    Por isso há que manter a cabeça fria e "prioritizar" os investimentos, seleccionando para execução aqueles que maiores efeitos multiplicadores trazem para a economia. Isto pode ser feito ainda melhor se não olharmos para o umbigo e considerarmos as vantagens estratégicas de médio e longo prazo, de uma integração com o espaço geográfico e económico da Espanha, numa perspectiva de Europa.

    Os critérios são óbvios e evidentes como exposto em qualquer bom livro de avaliação de projectos. Tem é de se deixar caír (ou não) as empresas dos amigos e seleccionar as melhores em função dos critérios de um bom caderno de encargos.

    Abraços Ambientais

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  6. Fernando,
    É um facto que o mundo não vai acabar, o que vai acabar é a Europa e os EUA que tu eu eu conhecemos há umas décadas. Esta crise é a criação de um novo paradigma mundial onde os centros de poder estão a abandonar definitivamente a Europa e os EUA, e a distribuir-se pelo mundo de uma forma mais equitativa ( ou não ), esta é uma crise essencialmente OCIDENTAL mas que acabará por afectar o mundo todo pois o ocidente surfou durante demasiado tempo a crista da onda, e agora é chegada a hora de arrumar a prancha, mas os que nos espera não são banhos de sol, numa praia deserta mas um nivelamento ( por baixo ) com o rendimento dos restantes países do mundo. É a Teoria dos vasos comunicantes aplicada á prática. Quando ás nossas sinergias com Espanha, cuidado não te iludas. Eles ainda pensam que não precisam de nós para nada. E aliança de 5 para 1, nunca foram boas para o 1...

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  7. Olá Miguel

    Por agora vamos sóa às alianças. Concordo contigo na conclusão, mas não na forma.
    Não vejo a coisa como uma aliança, mas como uma oportunidade pragmática. Os portos Portugueses são todos alternativas economicamente mais rentáveis para o tráfego comercial espanhol com o novo mundo e com as àfricas atlânticas. Espanha só tem portos competitivos para o tráfego mediterrânico. Os empresários espanhóis não fazem alianças, antes olham para o mercado i9bérico (portugal incluído) como um todo. Nós só temos de saber tirar partido desta forma de estar deles e oferecer um serviço competitivo nos nossos portos, com bons acessos, quer ferroviários quer rodoviários.

    Quanto ao resto, "a teoria dos vasos comunicantes" que comentarei mais tarde, apenas deixo aqui uma pista: "é um erro comum pensar que a economia é um jogo de soma nula". Até o Marx foi enganado por essa realidade. Mas aquilo a que ele chamou o "Valor acrescentado do trabalho" tem um impacto único na realidade económica, que não segue as leis da termodinâmica. Aquilo a que se pode chamar "o valor acrescentado do intelecto" permite à economia um crescimento contínuo. "Bottom Line": se assumirmos um mercado restrito com apenas 2 "players", para que eu tenha mais, não é necessário que tu tenhas menos obrigatoriamente.

    Abraços

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  8. Apesar de tudo adiar o NAE, e a TTT, mantendo o TGV Poceirão Caia, pareceu-me melhor decisão do que suspender tudo.

    Quanto á visão dos empresários espanhóis não estou tão certo do que tu afirmas, tenho negócios com Espanha, e acredites ou não ele fazem uma distinção entre empresas portuguesas e espanholas, para eles nós somos estrangeiros como quaisquer outros.

    Embora a economia não seja sempre um jogo de somo nula, é-o muitas vezes um jogo de soma negativa ou positiva, mas os factores que influenciam o resultado, a meu ver são os mesmos que estão subjacentes a um bom negócio ou a um mau negócio. A vida já me ensinou que em Portugal no actual estado de coisas, não sendo tu portador do cartão do partido certo, ou não tendo a necessária dimensão económica, os melhores negócios que fazes são aqueles que consegues evitar fazer, todos os restantes são de rentabilidade duvidosa, excepto para o estado.

    Nos últimos tempos "o valor acrescentado do intelecto" pouco ou nenhum valor tem acrescentado de facto á economia, para alem de um valor meramente ilusório. A teoria dos mercados de marx, continua tão válida como sempre, e das duas uma ou esta gente percebe de uma vez por todas o que é que o sr John FORD, pretendia quando quintuplicou os vencimentos dos seus trabalhadores, ou então Marx, Keynes, Adam Smith e outros não andaram cá a fazer nada.

    REDISTRIBUIÇÃO, é a key-word.

    Parabéns ao nosso governo por ter feito o que o obrigaram a fazer. Abençoado Euro.

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  9. Os meus parabéns a este fórum pela qualidade que demonstram os comentários com os quais muito aprendo.

    Estamos aqui a descrever como Portugal vai empregar um número elevado de IMIGRANTES, que já se sabe que o serão, a ABRIR TRILHOS para a passagem do TGV e com isso "criar emprego"

    Não tenham ilusões, a criação de emprego, e sublinho, ABSOLUTAMENTE TEMPORÁRIA, não atingirá de forma relevante os números oficiais do desemprego mas sim reduzirá o NÍVEL REAL, colocando mais imigrantes a trabalhar (fico feliz por eles é pena que não seja um trabalho perene).

    O Fernando fala muito na dimensão de-ôntica, no dever ser, no que podia ser sendo levado a colocar os pés-na-terra por um Carlos mais do Ontos, do ser.

    Torna os debates mais inteligentes a diferença de prisma.

    Acaso se recordarão de uma frase do candidato ao parlamento do PS por Leiria nas passadas legislativas, em que disse "O caminho está traçado e é uma integração a prazo não muito longo com Espanha".

    O que dizer disto? Uma frase que até podia ter imenso potencial sofre de uma aplicação tão DEGRADANTE E SUBSERVIENTE por parte dos governantes do nosso país.

    Palavreado de outro nível acaso descreveria imageticamente melhor a realidade de que falo.
    Em pão com manteiga falta aqui um PLANO a Portugal e há plano bem claro por parte de ESPANHA.

    E a proporção é mais de 1 para 4 do que para 5.
    Se formos mais rigorosos, expansivos, sonhadores, de-ontológicos diremos que é de 242 milhões para 350 milhões, sendo que a cada dia o fosso aumenta e rapidamente chegará, também nesta dimensão a atingir o 1 para 4 ou 1 para 5 de que te referes.

    Basta ter a oportunidade para viajar dentro da Europa para o compreender.

    Quanto ao esquecimento da TTT, é uma anedota, daquelas que se contam entre amigos, mas que infelizmente passa para o plano sério, tentando “ENGANAR OS TOLOS”.

    A sociedade civil não reage? O que é que se passa?

    Porque é que o PRÓS E CONTRAS não é o dia a dia de cada um de nós?

    O Fernando parece-me um Iberista. Eu também o sou.

    Mas parece-me que em termos diferentes. Não tenho particular intenção de ser sugado sem me instalar dentro do “sugando”.

    Isto ao género da série de televisão que passava à 15 anos, em que um personagem, o Boo Boo (Dragon Ball), incorporava adversários mas tinha que viver com as vozes destes todos os dias sendo impedido de actuar como queria.

    Quanto ao apoio comunitário vamos ao rigor, e tenho aqui os números e nada se faz sem o “relativismo” (maravilhoso) de uma comparação.

    O TGV Madrid- Barcelona num custo de €10.5 Biliões foi suportado pela EU em €3.5 biliões. Grosso-modo 30%.

    Vemos que no nosso caso recebemos €1.2 para as linhas de TGV previstas ATENÇÃO QUE O VALOR DESTINADO À LINHA LISBOA-MADRID (PARTE PORTUGUESA) NÃO É ESTE VALOR TOTAL (ANTES, ESTE REPRESENTA O TOTAL DE AJUDA QUE INCLUI AEROPORTO E MELHORAMENTO DE SINES)…num total que já referiste terá que incluir custos da ponte totalizando €5 biliões (Não esquecer que na avaliação intermédia do pacote 2007-2013, a decorrer no final de 2010, se pode alterar o que se entender necessário).

    Não nos venham pois com estórias de que temos uma comparticipação MUITO RELEVANTE.

    Excelente a tua observação que a comparticipação não vai além do valor orçamentado (bem ao estilo Japonês) o que muda percentagens de forma tão drástica que não me atrevo a expressar-me de tal forma.

    Quanto ao NAL, muito mais interessante para Portugal E MUITO MENOS PARA ESPANHA, fica esquecido com perdas para Portugal.

    Conclusão: Zapatero conseguiu o que queria de Sócrates (e até o põe a falar espanhol enxovalhando o próprio país) em troca da manutenção da amizade que diz…”com os seu melhor amigo”…(que sabe bem o que quer).

    Quem não tem plano nem atitude (que sirva os interesses Portugueses) deve assumir incapacidade para negociar e dar lugar o outro.
    Onde está a escola de estratégia Portuguesa?

    Um abraço e mais uma vez obrigado por poder aprender com vocês.

    ES

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