quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Haverá uma solução para a actual crise? Ou resta adaptarmo-nos?

Mais do que dificuldade em emprestar dinheiro, com que os nossos bancos em breve se defrontarão – por agora ainda estão a enfrentar o drama do exponencial crescimento do crédito mal parado, cujo montante excede largas vezes o valor mediaticamente divulgado –  os nossos bancos irão deparar-se com a falta de desejo de crédito por parte, quer das empresas,  quer dos particulares.  Uns porque simplesmente não reúnem as condições mínimas para lhes aceder – mais conhecidos pelas CIGARRAS- outros porque sempre pouparam e vêem no crédito uma armadilha, que os coloca ao dispor dos bancos – as FORMIGAS – logo não irão recorrer ao mesmo.


Na década de 30, as economias funcionavam fechadas sobre si mesmas, dado que os transportes eram caros e não permitiam a celeridade de hoje, uma politica concebida e aplicada num sistema fechado como a que assentou no INVESTIMENTO PUBLICO, através do celebre «new deal» americano, permitiu às economias ocidentais, irem recuperando lentamente á medida que iam abandonando o padrão ouro.
Hoje como sabemos, já nem sequer existe o padrão dólar/ouro, nem as economias são fechadas antes pelo contrário, logo o que resultou há 80 anos atrás está irremediavelmente condenado ao fracasso, hoje.

Perante isto onde estará a solução para a actual crise?

Na realidade não existe uma solução, nem somente um conjunto de soluções, pois em sistemas dinâmicos, com inúmeras realidades a interseccionarem-se em tempo real, a alteração numa pequena variável terá efeitos tão favoráveis quanto desfavoráveis ao resultado pretendido inicialmente, logo qualquer solução terá que ser «pensada» para intervir no maior número de variáveis possível, em simultâneo, o que irá obrigar a decisões conjuntas e abrangentes, como até aqui nunca foram tomadas.

Se tivermos em conta que actualmente qualquer centro de decisão seja ele privado ou publico toma decisões multinivel  ( ex: Governo português, toma decisões a nível interno,  central & local , e a nível externo na EU, enquanto estado membro de pleno direito e fora da EU ), facilmente percebemos que a complexidade das decisões subiu exponencialmente nos últimos 80 anos, e com ela a complexidade da actual crise.

A actual crise sistémica, é na sua essência uma crise gerada por um reequilíbrio  geoestratégico mundial, onde os dois grande blocos económicos dos últimos 4 séculos, foram definitivamente relegados para uma posição paritária com os novos blocos asiáticos, liderados pela China, Índia e Rússia ( embora ainda noutra escala ) em que o Brasil surge aqui como um «out-sider»  e na realidade o grande balão de oxigénio ocidental . (consulte os volumes de investimento Europeu / Americano neste país na ultima década).

É provável e natural que o nível de vida Euro/Americano depois de descer 30 a 40% durante a actual década, estabilize, mas esse fenómeno está – e irá continuar - a confrontar as novas gerações com um facto inédito até aqui; As novas gerações irão ter um nível de vida inferior à dos seus pais!
(Infelizmente não é uma novidade para os portugueses que saíram nos últimos anos ou estão a sair actualmente da faculdade)

Ao contrário do que se possa pensar, não há nada que o Governo Português - seja ele de que partido for, tenha ou não o apoio da maioria dos cidadãos – possa fazer para contrariar estes reequilíbrios, pois os mesmos estão absolutamente fora da sua esfera de influência.

Direi mesmo que nem a Europa nem os EUA, terão já sequer uma palavra a dizer, sobre os novos reequilíbrios geoestratégicos mundiais, restando-nos hoje uma PROCESSO DE ADAPTAÇÃO, que será tanto ou mais doloroso, quanto for a nossa CAPACIDADE DE ANTECIPAÇÃO, ao que nos espera, os políticos pouco ou nada podem fazer por nós, e os actuais meios de comunicação são hoje um forte entrave, ao conhecimento da VERDADE.

Deixo uma palavra de ânimo e apoio a todos aqueles que abraçaram a PERMACULTURA e se encontram já numa fase de TRANSIÇÃO, pois serão vocês as pessoas com mais facilidade de se adaptarem ao que nos espera nas próximas décadas.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Presidenciais 2011 - Subvenções Públicas ás Campanhas

PRESIDENCIAIS 2011

Hipótese

Candidato A: 50%
Candidato B: 40%
Candidato C: 5% + 1 voto
Outros candidatos+votos em branco: 5%


20% *5,000,000€ =1,000,000€ / 3 = 333,333,33€ a cada candidato.

Candidato A;
80% *5,000,000€ = 4,000,000€ * Votos A /(Votos A+Votos B) = 55,55%  = 2,222,222€ + 333,333€ = 2,555,555€ (51,11%)

Candidato B;
80% *5,000,000€ = 4,000,000€ * Votos B / ( Votos A+Votos B) = 44,45% = 1,777,778€ + 333,333€ = 2,111,111€ (42,22%)

Candidato C;
333.333€ (6,66%)

Nota: SMN 2011=500€ (valor esperado)*10,000= 5,000,000€.

Conclusão: A lei beneficia os candidatos mais pequenos de entre os que obtenham pelo menos 5% dos votos e despreza os restantes com menos de 5% do votos.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

DIVIDA PUBLICA TOTAL

Divida publica, Divida privada, Divida interna, Divida externa, Divida bruta, Divida liquida, são tantas as formas de divida que se torna quase impossível ao cidadão comum, perceber realmente, quem é que deve o quê e a quem..!!??
Nesse sentido vamos tentar esclarecer neste texto a Divida Publica; tudo o que o estado, empresas e instituições públicas devem, por contraposição á Divida Privada; divida dos Bancos e empresas privadas.


A divida publica total (DPT) subdivide-se em 3;
A divida publica administrativa (DPA), a divida do sector empresarial do estado ( DPSE), e a divida resultante das Parcerias Publico Privadas (DPPP).
A DPA, resulta da acumulação ao longo de + de 30 anos , dos famosos deficits anuais da conta geral do estado (CGE).
A DPSE, resulta da soma de todas as dividas de todas as empresas publicas, sejam elas nacionais ( TAP, CP ), locais ( STCP, CARRIS, METRO), ou municipais ( GEBALIS, EPUL ).
A DPPP, resulta da divida assumida pelo estado para os próximos 30 a 40 anos resultantes da construção de estradas, pontes, e outras obras publicas de vulto, construídas e pagas antecipadamente por Bancos e Empresas privadas, mas cujo custo será futuramente suportado pelo estado.


Com a imposição do pacto de estabilidade que dá suporte ao EURO, os vários governos assumiram o cumprimento, de um deficit anual máximo de 3% do PIB, uma divida publica administrativa (DPA) não superior a 60% do PIB.


A forma encontrada pelos vários governos Europeus, para contornar estes limites foi desviar do perímetro do orçamento de estado, aquelas despesas necessárias para amealhar capital eleitoral, sem que a consequente acumulação de divida, fosse «detectada» pelas instituições europeias a quem o governo tem de apresentar contas.


Fizeram-no, através da sucessiva criação de empresas publicas, nacionais, locais, municipais & fundações, que deixam de depender directamente do OGE, embora existam «penduradas» nele de forma indirecta, por outras palavras -DPSE e também através das Parcerias Publico Privadas - DPPP.


Indiferentes a tudo isto estão «os mercados» que nos emprestam e têem acesso a toda esta informação pormenorizada, melhor do que nós. 


Em 2008, a DPA, era de 110 376 milhões de euros, a DPSE era de 32 836 milhões de euros e a DPPP de aproximadamente 50 000 milhões de euros, sendo a DPT equivalente a 193 212 milhões de euros.
Sendo que o PIB português em 2008 foi de aprox. 166 462 milhões de euros logo a DPT equivalia em 2008, a 116,1% do PIB.


Estima-se que no final de 2010 este rácio irá ultrapassar seguramente os 140%, e continuará a crescer mesmo com a aprovação do OGE 2011, que prevê um Deficit de 4,6% do PIB, e como sabemos dificilmente será cumprido.




Nota: CGE – Conta Geral do Estado, contas do estado após execução do OGE- Orçamento Geral do Estado, por outras palavras, contas efectivas vs contas previsionais ou esperadas.