Segundo as noticias mais recentes a Grécia está com graves problemas financeiros, derivados de um elevado défice das contas publicas e de uma divida ao exterior que ultrapassa os 100% do seu PIB.
“Os mercados internacionais”, sigla usada para designar o conjunto de especuladores que nada produzem em termos de economia real, e que a única coisa que fazem é movimentar dinheiro de um lado para o outro, usam o “mood” do momento a seu bel-prazer para irem subindo “spreads” aqui e ali e com isso melhor remunerarem os seus “accionistas” ( sigla usada para designar aquele 1% da população que ninguém conhece mas que controla toda a economia mundial ), é nesta lógica perfeitamente predadora, que se movem também as “agencias de rating”, de origem exclusivamente Anglo-Sáxónica e que desempenham um papel de suporte aos especuladores mundiais, nomeadamente apontando qual será a próxima vitima.
Acontece porem que por trás de todas estas siglas e movimentações financeiras existe uma guerra quase declarada entre o eixo Londres-Washington e a Zona Euro. Os primeiros ao deterem as principais armas mediáticas do seu lado conseguem ir condicionando e condenando a zona euro, ao papel de anão politico e financeiro, quando na realidade em termos reais é o contrário que se passa. A descida do Euro, face ao dólar pode levar os mais incautos a pensar, que se trata de uma tendência, em vez de um mero movimento transitório, que precede o afundamento da Libra – já a seguir ás próximas eleições marcadas para Maio – seguido de um afundamento do dólar, por manifesta incapacidade dos actuais e principais credores mundiais, continuarem a prover o sorvimento de fundos por parte dos EUA, que neste momento ultrapassa o bilião ( um milhão de milhões ) anual.
Nota- Um Bilião na Europa equivale a um Trilião na América e no mundo anglo-saxónico.
Até que estes dois ajustamentos reponham a verdade do mercado cambial iremos continuar a assistir a uma estratégia de guerra mediática concertada por parte dos principais players mundiais na área dos media para abafarem por completo a “opinião” da Zona Euro, ocupada que está como sabemos com a distribuição de “cargos & carreiras” entre a nomenclatura do eixo Bruxelas – Estrasburgo.
É natural portanto que sendo Portugal uma pedrita na engrenagem da zona euro, muitos nos queiram fazer crer, que somos nós e a Grécia – que equivalemos a não mais do que 3% do PIB da zona euro – que iremos colocar a existência do Euro em causa, enquanto o estado da Califórnia e outros tão grandes ou maiores como o próprio Reino Unido, já estão técnica, objectiva e realmente falidos.
O que nos espera não é bom, o que nos espera nos próximos meses é austeridade, mas a um nível que irá relegar o actual PEC, para as relíquias das boas recordações. Aguardemos serenamente, enquanto pudermos e se pudermos.
Olá Miguel
ResponderEliminarMais um bom sinal da tua argúcia. Parabéns! Mas como bem sabes vo ter de meter a minha colherada, como sempre, com uma no cravo e outra na ferradura :)
Não podendo discordar dos factos, nem da maior parte da interpretação destes, gostava de corrigir algumas perspectivas que me parecem um pouco enviesadas.
Não matemos as agências de “rating “, elas fazem falta num mercado financeiro maduro. Cumprem o papel de proteger a qualidade dos investimentos desse “1%” (ou menos) da população com capital para investir nos mercados bolsistas. Não confundamos o PSI20 ou sequer o Euronext com o índice Dow Jones. Ou a praça de Lisboa com a praça de New York ou de Chicago. Estas praças são verdadeiros mercado financeiros – no sentido estrito da palavra – onde as empresas procuram financiamento real (em alternativa ao sistema bancário) utilizando muito produtivamente milhões e milhões de USD provenientes de muitos milhões de afforradores e de famílias americanas e de muitos outros países, num sistema de escrutínio da sua qualidade completamente selvagem: financiamento barato, em troca de pagamento de dividendos reais. Sem estes não há financiamento e não há empresas. Aqui não se estende a mão ao Estado/Governo. Bom, aconteceu uma vez há dois anos é certo, mas isso não determina uma prática!
(continua...)
Estes milhões disponíveis para serem usados, são canalizados pelos fundos investimento que se pretendem rentáveis. Para isso perguntam às companhias de seguros quanto custa protegerem o investimento que vão fazer nessas empresas. As companhias de seguros, por sua vez, analisam o risco dessas empresas e atribuem-lhes uma ponderação de risco sobre a capacidade de a sua gestão conseguir produzir resultados líquidos suficientes para pagarem os tais dividendos reais. Se o risco for reduzido, o seguro é pequeno e os dividendos serão provavelmente pequenos também. Se o risco for elevado, então os prémios são elevados, mas também se irá ter, muito provavelmente dividendos muito elevados, tornando esse investimento, arriscado mas muito interessante.
ResponderEliminarÉ neste campeonato que as agências de notação de risco ou “rating” nascem e são muito necessárias.
Quanto ao mal que fazem a economias incipientes como a portuguesa, não passa de uma das consequências perversas de um caniche querer dar umas ratadas numa arena de “touros” e de “ursos”. Destrocando por miúdos: quando em 1978/1980 Portugal começa a lidar com as regras dos mercado financeiros internacionais, os maus governantes portugueses descobriram uma mina de ouro, inalcançável até aí: a dívida externa, com uma garantia real que somos todos nós e aqueles que estão ainda por nascer. Estou a referir-me ao endividamento do Estado, dando o próprio Estado como garantia, que somos todos nós.
No iníco não havia problema em obter financiamentos externos, nem sequer as agências nos conheciam. Mas nos últimos anos tudo mudou e em particular nos dois últimos anos. O estado português está a pedir financiamento externo todas as quinzenas há cerca de 6 meses. Ora de cada vez que o IGP coloca dívida, os investidores perguntam (por muito bom preço) às companhias de seguros quanto custa segurar mais este empréstimo e estas por sua vez perguntam às agências de “rating” que obviamente não podem ignorar que o risco aumenta exponencialmente quando todas as quinzenas se pede dinheiro emprestado. E portanto reportam que o risco aumentou porque a dívida total aumentou.
É uma pena que o Prof. João César das Neves não saiba disto e afirme inocentemente que nada aconteceu que justifique o novo relatório com um risco mais elevado. É claro que aconteceu! O Estado português foi pedir mais dinheiro emprestado…
O Estado português há dois anos que paga as suas despesas correntes, i.e. salários, subsídios de deslocação, combustíveis das viaturas públicas com dinheiro emprestado que vai ser pago pelos portugueses que já pagam impostos e pelas próximas gerações que o continuem a fazer.
Os jogos geoestratégicos sempre existiram. O 1% da população mundial que “manda” já foi bem mais pequeno. Há mil anos atrás a vontade de um só homem e dos seus lacaios fez tanto mal ou mais que os actuais 1% - Estou claramente a falar de um antecessor longínquo do Benito que nos vem visitar em Maio pf.
Por isso não matemos o carteiro que trás as más novas, porque elas apenas denunciam a fraca qualidade e as más escolhas que temos feito para gestão do estado português nos últimos 36 anos. Temos escolhido maus governos. Temos vivido uma sucessão de enganos e de mentiras bem urdidas, que não podem ser só resultado do acaso.
Na minha opinião devem-se à nossa ignorância.
Abraços ambientais
fc
Olá Fernando, Obrigado pelo teu comentário, mas já agora deixo-te uma questão;
ResponderEliminarPorque é que as agencias de rating são todas Anglo-Sáxónicas? Todas sem excepção.
Em relação á análise que fazes da situação portuguesa e da descida dos ratings, nada de novo, se leres um texto mais antigo neste blog, sobre a situação grega verás que o que se está a passar para mim é "deja-vu", e ainda só estamos no inicio da descida.. embora a ganhar balanço.
Por agora sobem os spreads, mas há-de chegar o momento em que a torneira vai fechar. E aí entramos em anarquia.
O que vale uma agência de Rating;
ResponderEliminarhttp://www.msnbc.msn.com/id/36722846/ns/business-stocks_and_economy/
Olá outra vez
ResponderEliminarNada de estranho quanto ao facto de as agências de rating serem anglo-saxónicas.
Foram os mercados Anglófilos que após o abandono do Padrão Ouro (1944/1945), mais benefeciaram, porque eram maiores (globais) através do Mercado Norte Americano em conjunto com a Commonwealth (India, Africa Sub-Sahariana, Australia e Nova Zelandia).
Posteriormente, com a vitória dos aliados na WWII, este casalinho caslinho estendeu o seu domínio ao Japão, América Central e do Sul, Ilhas do Pacífico e Japão, consolidado posteriormente com a Guerra da Coreia e do Vietname. Na Europa dominaram com o Plano Marshall todos os países sobreviventes ou não da guerra, consolidando o maior mercado Europeu: a Alemanha.
Penso que não é necessário entrar em "teorias da conspiração" para explicar este fenómeno.
Ainda sem ver o link que deixaste sobre as "agências de rating" desde já assumo que não as considero "donas da verdade" sobre o risco de uma empresa ou de um país. Bem antes pelo contrário. Mas compreendo bem a sua génese e o papel que desempenham num sistema financeiro moderno e maduro.
O resumo que fiz do seu funcionamento foi só para que ficasse claro, que elas não nasceram agora, nem começaram agora a "dizer mal de Portugal" como os media veiculam, inclusive os media digitais e a "Blogoesfera". O que aconteceu foi tão só que estão a fazer o seu trabalho e os tipos que nós elegemos não gostam que digam mal deles. Vai daí, mata-se o carteiro!
Não fiz análise da situação portuguesa. Só apontei detalhadamente um (dos muitos erros) erro crasso da gestão do Estado que passa incólume através do fumo dos "malandros dos ratings"...
Amigo, o que dizes sobre as agências de rating, é história económica universal, o que tu não explicas é porque tendo a Europa criado a zona euro, não teve a coragem de criar agências de rating exclusivamente europeias, porquê? A questão é esta.
ResponderEliminarA guerra EUA/ RU vs Euro, já era esperada e quer Portugal quer a Grécia são meras marionetas, porque ambos sabemos que quer os EUA quer o Reino Unido estão em condições financeiras bem piores com défices anuais superiores a 10% ano, enquanto que o nosso não chega lá, mas os media internacionais só falam de PT e GR, Porquê?
Para criar essa coluna de fumo que falas..e desviar a atenção do binómio USD/GBP.
Obviamente que eu não ponho em causa a validade do que afirmas, em relação á má gestão dos dinheiros públicos, mas essa começou no dia em que o Salazar abandonou a presidência do conselho, pois já o próprio Marcelo Caetano começou a alargar os cordões á bolsa e depois do 25 A, então, tem sido um "fartar vilanagem". Há no entanto uma perspectiva que não partilhamos de todo.
As agências de rating exclusivamente americanas não estão a fazer o "seu trabalho", estão a fazer um trabalho consertado com a FED e o Banco de Inglaterra para manter toda a gente "distraída", esta é a minha opinião, sobre o "trabalho deles", independentemente de Portugal se estar realmente a afundar, que também é verdade.
Para mim já me cansa "dizer mal" do governo, ou dos governos democráticos ou da própria democracia, e partindo do principio que não queremos deixar de viver numa, parece-me que os sinos estão a tocar a rebate, no sentido de nos unirmos todos, em torno de um objectivo comum, pondo de lado as diferenças que nos separam e fazendo um esforço conjunto para nos entendermos no que nos une, quer em termos estritamente nacionais, quer em termos EURO-peus.
Grande abraço, mais uma vez.
Miguel, as agências de rating não são propriedade do estado nem da comissão europeia.
ResponderEliminarQual seria a credibilidade de uma agência de rating financiada pela comissão do Durão Barroso?
Outra pergunta mais importante seria: porque é que a zona Euro, não foi capaz de dinamizar as suas economias para poder oferecer um mercado de capitais eficiente para as empresas europeias?
Quanto ao USD/GBP apenas posso dizer que a nas ruas de Londres se anseia pela integração na zona Euro.
Quanto ao dizer mal do governo(s) não sei bem aonde pretendes chegar? Pois se não estamos contentes temos de fazer alguma cois. Parece-me um bom principio encontrar os culpados da situação que vivemos. Falar de confabulações e conspirações, parece-me bem nais diáfano do que dizer claramente que o Presidente Cavaco Silva, geriu o país sufrivelmente enquanto 1º ministro e que os que vieram a seguir só fizeram pior, nomeadamente o Guterres que atirou dinheiro para todos os problemas(zinhos) e quando viu que a sacola estava a ficar vazia, deu "às de Vila Diogo". Daí para cá tem sido só adiar o inevitável, como bem tens dito.
Mas agora pergunto, que devemos então fazer? Qual o novo objectivo para os portugueses enquanto tal e enquanto Euro-peus?
Abraços Ambientais
Fernando, as agencias de rating valem o que valem, ou tambem achas que por serem privadas neste momento, são mais independentes que se fossem publicas? O BCE é publico e têm sido razoavelmente independente..
ResponderEliminarQuanto a Londres ansiar a entrada no Euro, não acredito, sem que antes a Libra seja "humilhada" abaixo da paridade com o Euro, depois é possível que sim que os súbditos de sua majestade percebam de uma vez por todas que a crise de 1976, onde a Libra perdeu um terço do seu valor real, ao pé desta, é uma brincadeira de crianças, veremos é se ainda vão a tempo...
A Zona Euro tem 18 anos, a segunda guerra acabou há 65 anos, estamos a comparar um jovem adolescente inconsciente e imaturo com um velho sábio, experiente e ás portas da reforma. Não há comparação possivel.
Temo que os que não nos mate nos torna mais fortes e essa é a grande lição a tirar disto tudo.
Quanto á análise que fases dos ultimos governos é deja-vu. Mais uma vez toda a gente sabe disso. Não me leves a mal estar a desvalorizar o passado recente, mas como apontas e bem o importante agora é falar do futuro.
Recordo-te que quando Salazar entrou para o poder, a sua primeira prioridade foi o reequilibrio das contas publicas, o pagamento integral da divida externa, e a criação de uma base monetária suficientemente forte ( lembra-te do padrão Ouro/Dolar (USD 35 = 1 Gold Once Troy ), para poder arrancar para os planos de fomento da decada de 50. Só a parte do saneamento financeiro levou 20 anos, mas pudera, teve que recuperar todo o século XIX e a perda do Brasil.
Actualmente a nossa situação é ligeiramente diferente porque a nossa divida externa ultrapassa os 200,000 milhões de USD´s, e as nossas reservas de ouro não chegam a valer 5% disso, a capacidade competitiva do país está de rastos, e não fosse Angola, as nossas exportações teriam tido taxas de decrescimento na ordem dos dois dígitos.
Objectivo prioritário: Arrumar a casa, apertar o cinto, aprender a viver com menos, para dessa forma ir recriando condições de investimento que há muito deixaram de existir. A burocracia, eo canibalismo fiscal atingiu níveis, mortais para qualquer empresa, a redução do peso e intervenção do estado na economia é condição sine-quanon, para qualquer estratégia que se venha a delinear. Não é tempo de Utopias, ou grandes objectivos a meu ver, é tempo de pensar pela própria cabeça e ter a audácia de ser humilde e aprender com os erros do passado recente e a coragem de outros tempos.
:) OK
ResponderEliminarEntão estamos a falar concretamente do quê?
- Baixar os salários reais dos funcionários públicos?
- Recensear efectivamente o número de Funcionários públicos e reduzir realmente o seu número?
- Aplicar critérios de gestão económica a todas as despesas do Estado?
- Aumentar os impostos?
- Baixar o gasóleo dos camionistas? E as restantes actividades produtivas: Comércio, Pesca, Agricultura, Construção...
- Estimular as empresas exportadoras com apoios reais?
- Reduzir a carga fiscal sobre o trabalho?
- Exigir que os alunos aprendam e os que os professores ensinem?
- Combater a corrupção seriamente?
- ... ???
Abraços Ambientais
Todas as que escreveste são perguntas válidas excepto a 4ª ( aumentar impostos ) porque já não há por onde, sem afundar mais empresas.
ResponderEliminarQuanto á 5ª não me referia a baixar o gasóleo só dos Camionistas mas todo.
Não há margem para reduzir carga fiscal neste momento, mas este seria o primeiro objectivo a considerar assim que se conseguisse o primeiro superavit financeiro do estado. ( Relembro que foi com eles que o Salazar, pagou a divida externa, embora haja poucos cidadãos portugueses vivos que saibam o significado da palavra, aliada á palavra Estado )
A partir daqui já é utopia.. e esse não está nas mãos do estado, está nas nossas!
Se me permitem, deixem-me rebater um ponto: a estória de o NYSE/Euronext (entre outros mercados) servir para financiar empresas já lá vai. Só acredita nisso quem quer, pois isso não me parece ser o objectivo principal dos donos da maioria dos valores que lá circulam. Não tenho números exactos, é certo, mas se o objectivo fosse financiar actividade económica real porque razão temos descida tão abrupta das cotações de empresas sem que existem resultados económicos negativos que as acompanhem?
ResponderEliminarE já para não falar em todos os produtos derivados (futuros, swaps, warrants, etc) que se dizem ser usados para cobrir o risco de negócio. O que se cobre não é um risco real a maior parte das vezes, é um risco financeiro, especulativo.
Mas claro, se Portugal tivesse tido governos competentes nas últimas 3 décadas (pelo menos) provavelmente ninguém estaria a debater este tema em terras lusas.
Cumprimentos e parabéns pelo texto Carlos- com este já me identifico ;)
Vitor, obrigado pelo teu comentário, com o qual concordo em absoluto, e acrescento.
ResponderEliminarOs mercados financeiros são uma autentica pirâmide invertida cujo pequeno vértice é a economia real sobre a qual assentam biliões ( biliões europeus, não anglo-saxónicos que são triliões ) de produtos derivados que nada têm que ver com a economia real, e que simplesmente se eclipsaram desde Outubro de 2008, segundo os especialistas cerca de 30 Biliões de derivados pura e simplesmente deixaram de existir, e é este fenómeno que está por trás da suposta crise de liquidez dos mercados, uma vez que na economia real tanto quanto sei não há falta de liquidez, apesar das restrições ao crédito. O que há e vai continuar a haver é gente com coragem para investir.
Em relação aos governos dos últimos 30 anos, tenho que te fazer um reparo, os governos são o reflexo do povo, e toda a irresponsabilidade a que assistimos nos últimos 36 anos, também decorre de um excesso de paternalismo dos 48 anos anteriores. Como já disse uma vez e repito, enquanto não "matarmos o pai", não evoluiremos enquanto democracia e país. Agora iremos começar a pagar pelos nossos próprios erros porque 36 anos depois já não há quem culpar, acabaram-se os bodes expiatórios, e as desculpas.
Bom dia Carlos.
ResponderEliminarNão é uma evidência a realidade que descreveste.
Mas com o nível de educação das populações e as campanhas de desinformação da poderosa comunicação social, eles (o eixo Londres-Washington) vão levando a água ao seu moinho.
É preciso http://buildingeurope.blogspot.com/
A Alemanha está especialmente atenta e parece que vai carregando o peso da responsabilidade sozinha.
Julgo interessante para apimentar o teu interessante artigo que publiques o PEC que a Grécia aprovou e que nós deveríamos estar a aprovar agora sob pena de bancarrota no pós 2013.
Um grande abraço
Olá Eduardo, obrigado pelo teu comentário. Este blog não tem a ambição do teu, é mais modesto, no entanto e mesmo que publicasse aqui o PEC Grego, de nada serviria, porque o nosso terá que ser obrigatoriamente mais gravoso e exigente que o grego, porque apesar das agências de rating nos cotarem com menos risco que a Grécia, na realidade o nosso risco é maior.
ResponderEliminarQuanto á Alemanha, o que dizes é verdade, ainda assim ainda é juntamente com a China um dos 2 principais exportadores mundiais, coisa que não se verifica nos EUA.
Por mim, aplaudo vivamente a intervenção alemã, o quanto antes e só tenho pena que a União Monetária não tenha avançado mais fundo, no sentido do BCE poder mesmo intervir nas linhas de orientação estratégica dos orçamentos estatais dos países que pertencem á União, assim mesmo, sem contemplações ou conversa da treta.
Apesar de tudo considero que a decisão de nos ter conduzido á União Monetária, foi a decisão de maior discernimento politico tomada por um governo português desde 1968/70.
Apesar de tudo prefiro que sejamos confrontados com a realidade do que continuarmos de fora, embalados por um escudo facilmente desvalorizável.
Não nos esqueçamos que uma boa parte desta nossa crise se deve ao facto de termos tido a coragem de nos voltarmos a juntar á primeira divisão financeira da Europa, coisa que já não acontecia desde 1968/70.
Tou optimista. Sem alternativa para nos continuarmos a afundar, não temos alternativa senão levantar a cabeça e ir á luta.
Não resisto a comentar o último parágrafo do último comentário do Carlos. Finalmente ouço-o dizer: "Tou optimista."
ResponderEliminarBoa, muito bem visto, gostei!
Esperemos que sim, que tenhamos a capacidade de ir à luta e não fiquemos no fundo à espera que alguém nos salve...
Completamente de acordo.
ResponderEliminarA saída do euro tornar-nos-ia na ALBÂNIA da Europa.
Mas repito Carlos...o que é ir à luta? Escrever uns artigos para os amigos?
A potencialidade de influenciares alguém com capacidade para actuar é baixa.
Tens que activar também.
Parece-me interessante ver as medidas do PEC grego que não chegarão àquelas que nos vão obrigar a colocar em 2013.
http://www.greeknewsonline.com/?p=12105
ResponderEliminarInfelizmente o PEC Grego ao pé do PEC2 que nós teremos que activar ainda este ano é uma brincadeira para crianças.
ResponderEliminarSó por exemplo eles passaram agora o IVA de 19 para 21%..só agora.. entre outras.. a reforma máxima é de 2,500€.. cá é o que sabemos há mais de 10,000 pessoas a receberem reformas acima dos 3,000€..
Quanto á tua opinião;
"A potencialidade de influenciares alguem com capacidade para actuar é baixa. Tens que activar também."
É só mesmo isso, a tua opinião.
Felizmente todos temos direito a ela, mesmo quando opinamos sobre realidades que pensamos conhecer mas que na prática desconhecemos quase na totalidade.
Fica a boa intenção.
Grande abraço
Os políticos "democratas", na sua pseudo-Federação Europeia, bramam e queixam-se das agências de rating. O melhor que se aproveitou foi o panilas do Guido Westerwelle, a salientar que a UE, não devia estar dependente de agências de rating, patrocinadas por aqueles que querem destruir o Euro.
ResponderEliminarO capitalismo é uma sanguessuga ultra-maquiavélica, doutrina selvática, mas que se maquilha em aparência e se comporta com um cinismo, que a sociedade em geral não só tolera como também partilha.
O capitalismo promove uma eterna fome, talvez por isso funcione tão bem, pelo menos enquanto há comida, e mão de obra-semi-escrava.
Eu estaria a rir-me e a comentar que o capitalismo, depois de devorar todo o mundo, começa a devorar-se a si próprio, não fosse Portugal estar mais uma vez enrolado uma guerra que não é a sua, mas desta vez, com bastantes culpas no cartório.
É verdade que nunca ouvi a palavra superavits em Portugal, excepto em história.
Nunca esperem equilíbrio e justiça de um sistema destes, é irreal. Todos os países que estão a viver bem estão no topo de uma pirâmide, na qual estamos mais perto do topo do que da base, e as gentes que estão nos fundos ainda estão por se emancipar...
Hoje existe vivemos num totalitarismo económico liberal, que se preocupa com ele próprio, as nações e os seus filhos são uns x's e y's que se negoceiam até ás próximas gerações, qual escravatura qual quê.
Hoje à pouco mais a fazer do que viver neste ambiente e "cultivar uma esperança activa", para que no futuro se possamos libertar desta tramóia na qual estamos inseridos.
Olá "ludovico".
ResponderEliminarDuvido que Marx ou Egels tivessem encontrado melhores adjectivos para qualificar o capitalismo, no entanto, tal como a Democracia é até hoje a menos má de todas as formas de organização económicas. O problema tal como o da democracia, é que ambos acompanham o "crescimento" da civilização e por isso mesmo têem que ser aperfeiçoados, daí as crises. Sempre que se cometem excessos para um lado ou para o outro as crises, surgem no sentido de repõr algum equilibrio nas coisas.
Retenho o "cultivo da esperança activa", como o ponto mais positivo do teu comentário, sem deixar de lhe conferir a devida importância.
"O problema tal como o da democracia, é que ambos acompanham o "crescimento" da civilização e por isso mesmo têem que ser aperfeiçoados, daí as crises."
ResponderEliminarAs crises como esta acontecem quando as instituições não funcionam, não estejas a equiparar uma catástrofe natural imprevisível, a um bando de especuladores, a ganhar dinheiro intencionalmente, à custa de outros sem produzir nada...
O capitalismo, tal como a a democracia, também já é um dogma. Considera-se utopia, tentar mudar de sistema, ou sequer diversifica-lo, tudo tem de ser transaccionado num só mercado? Porquê um monopólio institucional no que toca a dinheiro e produtos?
Porque é que o Estado não pode produzir e criar empresas em sectores estratégicos para o país? Porque é que um país tem de estar completamente dependente de empresários?
É verdade, a ganância foi o grande mote desta crise.
ResponderEliminarO Estado já provou não ser grande empresário, quanto aos empresários, como em todas as outras classes há de tudo. Pessoalmente as melhores pessoas que conheço, mais completas, humanas e com maior valor humano são todos empresários, todos sem excepção, e são alguns pelo que não creio que sejam a excepção que confirma a regra.
Um dos vectores de sucesso do Estado Novo, foi exactamente a percepção de AOS, onde começava e acabava o papel do estado, e pelo que sei o Estado Novo não se destacou empresarialmente enquanto tal, embora tenha criado condições para algumas empresas portuguesas adquirirem dimensão internacional, apesar das leis de condicionamento industrial, que de alguma forma limitavam a iniciativa privada e a tendência antropofágica do capitalismo
Continuo convicto que não são os alicerces da Democracia ou do Capitalismo que estão em causa, mas o uso que fazemos de ambos os sistemas, e a forma como os encaramos.
Se isso é um pensamento dogmático, admito que sim, mas em simultâneo desafio-te a avançares com alternativas a um e a outro?
Desafio-vos a questionarem aqui a própria existência do Estado Português enquanto realidade que é hoje apenas e só soberana no que toca a passivos.
ResponderEliminarJá escrevi sobre isso e propus uma de três respostas:
1 - Ou há uma destituição maciça dos políticos em funções e de todo o apparatchik partidário por detrás (o que só aconteceria, como sabem, com um golpe de Estado ou revolução popular)e a sociedade civil se transforma radicalmente trazendo a nata do país de volta à acção.
2 - Enveredamos por um caminho de federação ibérica dentro da UE aproveitando para estreitamento da similitude de língua e potencialidades comerciais e culturais conjuntas nas ex-colónias
3 - Aguardamos serenamente a centralização de todo o poder na UE, sendo que, bem sabemos, quando acontecer, e irá acontecer, Portugal estará já completamente destruído.
Um bem haja.