quarta-feira, 12 de junho de 2013

Governo suspende pagamento de juros da divida pública e toma medidas inesperadas...

O Governo português anunciou hoje que iria suspender o pagamento dos juros da dívida pública*, uma vez que a nossa divida pública está a crescer anualmente a um ritmo próximo do valor dos juros, que resulta do facto do nosso orçamento de estado ter atingido o chamado equilíbrio primário.

Doravante, todos os ganhos orçamentais serão directa e exclusivamente canalizados para a amortização de divida pública, e toda a divida que entretanto se for vencendo será unilateralmente prorrogada por prazo idêntico ao anteriormente estipulado, até que possamos iniciar a sua amortização parcial e consecutiva.

O Governo informa também todos os credores internacionais que para voltarem a poder usufruir de juros à taxa anual de 3% terão de prescindir de imediato de 20% do capital emprestado, sem prejuízo de renegociações futuras.

O governo português mantêm-se firme na sua convicção que só com contas públicas equilibradas o país pode restaurar a sua credibilidade internacional, mas que este equilíbrio já não poderá resultar da imposição de politicas de austeridade cegas, que não têm em linha de conta a estrutura económica e produtiva do país.

Cumulativamente decreta também o governo português que neste seu esforço de racionalização de divida externa conta com o incondicional apoio do BCE, no sentido deste manter a sua politica de tomada firme de divida pública nacional nos mercados secundários assumindo assim o seu papel de banco central de suporte ao EURO, a sua principal função senão mesmo a única razão da sua existência. Nesse sentido prevê o governo português que a divida pública nacional venha a ser detida em partes crescentes por investidores públicos e privado da zona Euro, como se espera que aconteça numa zona monetária única como o Euro, de onde todos beneficiam.

Nesse sentido decreta o governo português uma moratória de 5 anos, na amortização de divida pública, para poder reestruturar o orçamento de estado e poder aliviar a carga fiscal sobre empresas nacionais e famílias, tornando Portugal fiscalmente mais competitivo em termos internacionais, e criando as necessárias condições de investimento para que o país venha a registar níveis de crescimento económico, que nos irão permitir amortizar a divida pública ( e privada ) nacionais.

O Governo da Republica Portuguesa, eleito democraticamente em 2011, e com o apoio da maioria dos cidadãos portugueses eleitores, confrontado com a falta de resposta das autoridades da União Europeia, à altura da situação que o país atravessa, vê-se assim obrigado a tomar medidas de defesa do interesse nacional a curto prazo, mas também do interesse dos nossos credores internacionais a médio longo prazo, credores esses pelos quais temos o maior respeito e que compreenderão certamente o alcance das medidas agora tomadas, senão já, a seu devido tempo.

O primeiro ministro, eleito.
* Só para credores internacionais.



Este texto é pura ficção e não vincula ninguém a não ser o autor.É também um desafio aos que gostam de falar em «ter raça» ou «ter fibra» ou simplesmente «tê-los no sitio». 
@cms20130611