sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A estratégia inexistente

Qualquer primeiro ministro que venha a ser eleito, será sempre um refém dos grupos de interesse instalados nos aparelhos dos dois grande partidos.
Votar PS ou PSD nas próximas eleições legislativas é perpetuar o sistema bloqueado à participação cidadã, que nos conduziu até aqui.
É indiferente se é eleito António Costa, Passos Coelho ou Rui Rio, pois há muito qualquer um deles serve e é refém desses aparelhos.

Por outro lado, a situação financeira do país, não melhorou, pois continuamos a endividarmo-nos.
Admito que foram dados passos positivos quer pelo anterior governo de José Sócrates, quer pelo actual, mas em termos de resultados, tudo o que foi feito limitou-se a um «arranhar na pedra».
Para que possamos atingir a prazo o necessário equilíbrio das contas públicas, bloqueada a hipótese de uma renegociação por perdão parcial, os futuros governantes terão de proceder a cortes na despesa pública de 4 a 6 mil milhões de euros, admitindo como hipótese que o PIB estabiliza ou cresce.
Esta é uma verdade inconveniente que quer o actual governo quer os proto candidatos a primeiro ministro escondem, mas que não está nas mãos deles, definir.
António Costa fala-nos numa estratégia para o país, sem se comprometer com um único caminho, um desígnio ou propósito.
Em toda a nossa história contam-se pelos dedos de uma só mão os governantes que tiveram uma; Dom Afonso Henriques, Dom João II, Marquês de Pombal, Dom Pedro IV & Salazar.
Em Democracia, para alem de criarmos um Estado Social Europeu, que estratégia criámos para o sustentar ? Nenhuma.
É aqui que estamos. O mesmo sistema que foi incapaz de criar uma só estratégia de médio longo prazo para o país; O mesmo sistema que não fez outra coisa nos últimos anos que foi desfazer o que o anterior governo tinha feito; O mesmo sistema que se devora facinoramente investigando as vidas privadas e pessoais dos seus lideres enquanto despreza o respeito e o rigor no controlo da coisa pública, nunca investigando todos os roubos e abusos cometidos sobre este; O mesmo sistema que distribui favores e comendas pela família e pelos amigos, quer agora convencer-nos que tem uma estratégia.
Pois eu digo-vos caros amigos que a única estratégia que este monstro bi-cefalo tem é a de garantir 2/3 dos deputados nas próximas eleições legislativas em 2015, para assim conseguir alterar a constituição e arrumar de vez com o único empecilho que tem encontrado pelo meio e que os tem impedido de continuar a roubar aos pobres para dar aos ricos, sejam eles grandes empresas, políticos/empresários nas órbitas partidárias, reformados preveligiados com reformas absurdas e sem carreiras contributivas, fundações observatórios, e privatizações entregues aos amigos.
Mas se «eles» nas próximas eleições obtiverem os 2/3 do número de deputados não se esqueçam que a culpa, nunca foi só deles, também foi, é e será sempre nossa.