Uma das virtudes das crises é unirem as pessoas nas dificuldades comuns, o mesmo acontece com os países quando a crise é de dimensões bíblicas, como a que actualmente enfrentamos.
Os nossos “queridos lideres” Europeus, perceberam finalmente que não é possível continuar com políticas de meios-termos e confortáveis indefinições, que SÓ servem interesses político partidários, relegando para segundo ou terceiro plano o real e efectivo interesse dos 440 milhões de cidadãos europeus que fazem parte integrante da Eurolandia.
Os 26 países efectivamente comprometidos com a Eurolandia, e que dela fazem parte uniram-se, em torno do Euro. Por enquanto ainda são só 16 os que integram o Euro, mas á medida que os “mercados financeiros” vão fazendo as suas vitimas, os processos de intenção de adesão ao Euro, apressaram-se rapidamente e ganharam peso nas agendas politicas dos 10 países que ainda não aderiram. Na frente deste pelotão a Suécia e a Polónia, a braços com dificuldades em garantir a estabilidade a prazo das respectivas moedas, já estão a tratar do seu próprio processo de adesão.
Ficou de fora mais uma vez o Reino Unido, que continua a, servir de peão de brega dos interesses americanos na Europa, infelizmente sob a égide de um enorme equívoco dos seus governantes, que pensam que os “mercados” aos quais a city de Londres dá guarida, terão alguma contemplação quando chegar a hora de canibalizar a Libra Esterlina. ( Vide George Soros, 1992 )
Esta RE-União dos países Euro-monetarizados, em volta da sua moeda traduz de facto, um reerguer de barreiras defensivas face ao esperado colapso do USD, que na vã tentativa de evitar o continuo afundanço, se vai tentando valer dos que lhe estão mais próximos, lançando apelos desesperados ao enfraquecimento do Euro, para que á medida que este vai ocupando espaço como moeda de referência mundial, o resto do mundo não se aperceba tão rápidamente o quão prescindível e prejudicial á economia mundial se tornou o Dolar Americano, dada a continua politica de injecção de liquidez, por parte da FED, na impossibilidade do estado norte americano conseguir reunir todos os “Trilionésimos” fundos que necessita para assegurar o seu financiamento corrente.
Certo que todos nós europeus lamentamos profundamente o que está a acontecer nos EUA, até porque todos nós sabemos a luta hercúlea que o presidente Obama, está a enfrentar, tentando re-regulamentar os mercados financeiros e respectivos operadores, evitando que a ganância destes, continue a conduzir o país a uma bancarrota quase certa. Resta-nos desejar-lhe, boa sorte, pois nada mais podemos fazer por eles.
O ataque ao Euro por parte dos média anglo-americanos irá intensificar-se e é natural que na Europa os anglófonos de serviço, continuem a tentar protelar o inevitável fim da supremacia financeira anglo-americana no mundo, tentando criar cortinas de fumo, por nós bem conhecidas como o "problema grego" os "PIIGS" e etc...
Com criação deste fundo de apoio no valor de 750 mM€, a União Europeia, criou as bases do futuro Fundo Monetário Europeu ( EMF na sigla inglesa ), indiciando o previsível abandono do FMI ( IMF ), onde é neste momento o maior contribuidor liquido com aproximadamente 35% do orçamento desta instituição e onde os EUA apesar de terem reduzido o seu peso de 35% para 17% ( para metade ) continuam – inexplicavelmente – a deter o direito de VETO, sobre todas as decisões.
O Recem criado Fundo Monetário Asiático ( AMF ), cujos principais financiadores são a China e o Japão, já tinha colocado em causa a viabilidade do FMI,a prazo. Com a previsível a saída da Eurolandia em peso, só a redefinição do papel dos BRICS neste fundo o poderá salvar, do fim anunciado, dependendo o aumento das contribuições destes, do abandono do poder de veto por parte dos EUA.
Os EUA arriscam-se a prazo a ser os primeiros potenciais beneficiários do mesmo, uma vez que a Europa terá obrigatoriamente que “deitar a mão” ao Reino Unido sob pena, deste ao afundar-se poder afectar também a solidez financeira Europeia.
A relativa juventude dos novos lideres Britânicos, poderá ajudá-los a ultrapassar traumas antigos e a pedir a adesão ao Euro, antes de serem confrontados com a impossibilidade prática de obterem financiamento nos mercados de 200 mM€ que irão necessitar durante o verão para suprir as suas necessidades de tesouraria. É que mesmo a Libra esterlina, também tem os seus limites de sobre - valorização.
Finalizo lembrando que a criação do Fundo Monetário Europeu, é tardia e não decorre de uma decisão estratégica, como deveria ter acontecido aquando da criação do próprio Euro, antes é fruto de uma manobra de recurso que visa reforçar uma moeda que tinha tudo para já ter substituído o Dolar americano como moeda de referência mundial, mas acabou enfraquecida pela falta de visão e de um desígnio verdadeiramente pan-europeu partilhado e abraçado por todos os lideres europeus.
Veremos agora, se confrontados com este novo paradigma, os nossos “queridos líderes” europeus percebem de vez que a União Europeia, na pessoa da sua mais recente criação a Eurolandia, é um caminho sem retorno.
Quanto ao Euro, está bem e recomenda-se.