Segundo as noticias mais recentes a Grécia está com graves problemas financeiros, derivados de um elevado défice das contas publicas e de uma divida ao exterior que ultrapassa os 100% do seu PIB.
“Os mercados internacionais”, sigla usada para designar o conjunto de especuladores que nada produzem em termos de economia real, e que a única coisa que fazem é movimentar dinheiro de um lado para o outro, usam o “mood” do momento a seu bel-prazer para irem subindo “spreads” aqui e ali e com isso melhor remunerarem os seus “accionistas” ( sigla usada para designar aquele 1% da população que ninguém conhece mas que controla toda a economia mundial ), é nesta lógica perfeitamente predadora, que se movem também as “agencias de rating”, de origem exclusivamente Anglo-Sáxónica e que desempenham um papel de suporte aos especuladores mundiais, nomeadamente apontando qual será a próxima vitima.
Acontece porem que por trás de todas estas siglas e movimentações financeiras existe uma guerra quase declarada entre o eixo Londres-Washington e a Zona Euro. Os primeiros ao deterem as principais armas mediáticas do seu lado conseguem ir condicionando e condenando a zona euro, ao papel de anão politico e financeiro, quando na realidade em termos reais é o contrário que se passa. A descida do Euro, face ao dólar pode levar os mais incautos a pensar, que se trata de uma tendência, em vez de um mero movimento transitório, que precede o afundamento da Libra – já a seguir ás próximas eleições marcadas para Maio – seguido de um afundamento do dólar, por manifesta incapacidade dos actuais e principais credores mundiais, continuarem a prover o sorvimento de fundos por parte dos EUA, que neste momento ultrapassa o bilião ( um milhão de milhões ) anual.
Nota- Um Bilião na Europa equivale a um Trilião na América e no mundo anglo-saxónico.
Até que estes dois ajustamentos reponham a verdade do mercado cambial iremos continuar a assistir a uma estratégia de guerra mediática concertada por parte dos principais players mundiais na área dos media para abafarem por completo a “opinião” da Zona Euro, ocupada que está como sabemos com a distribuição de “cargos & carreiras” entre a nomenclatura do eixo Bruxelas – Estrasburgo.
É natural portanto que sendo Portugal uma pedrita na engrenagem da zona euro, muitos nos queiram fazer crer, que somos nós e a Grécia – que equivalemos a não mais do que 3% do PIB da zona euro – que iremos colocar a existência do Euro em causa, enquanto o estado da Califórnia e outros tão grandes ou maiores como o próprio Reino Unido, já estão técnica, objectiva e realmente falidos.
O que nos espera não é bom, o que nos espera nos próximos meses é austeridade, mas a um nível que irá relegar o actual PEC, para as relíquias das boas recordações. Aguardemos serenamente, enquanto pudermos e se pudermos.