Recordo-me no meu ultimo ano de faculdade (1992) um professor que era director na área de controlo e planeamento num ministério estatal - há alguns anos - dizer numa aula da cadeira de Gestão do Sector Publico, que em Portugal; “Só existiam duas pessoas que conheciam bem o funcionamento interno do estado, e onde se podia e devia cortar quando assim fosse preciso.”
Um foi ministro das finanças do Eng. António Guterres, o falecido Dr. António Sousa Franco, e outro o Prof. Henrique Medina Carreira , que como sabemos foi também ministro das finanças, embora há mais tempo.
Quando ouvimos o Dr. Medina Carreira, a afirmar que estamos perante uma mudança de paradigma, porque o crescimento da economia estagnou, no intervalo de 0 a 1%, em média nos últimos 10 anos, não nos é difícil de acreditar que o homem diz a verdade. O problema é que ele já anda a dizer a verdade há mais de 20 anos e parece que ninguém lhe deu ouvidos nos ultimos 19… porque terá sido?
Porque dizer a verdade não chega, é preciso ir mais alem… mas..
Para que a economia portuguesa conseguisse suportar a prazo o nível de direitos políticos & sociais que o estado concede aos seus políticos & alguns cidadãos, o crescimento REAL anual da economia portuguesa, nunca poderá ser inferior a 3%, logo, como não temos crescido e não se vislumbra que venhamos a crescer a este ritmo , a economia portuguesa não gera rendimentos suficientes para este nível de direitos políticos & sociais, há pelo menos uma década!!...
Acontece porem que a única força legitima válida para todos nós, independentemente das opiniões de cada um ou das cores politico partidárias, é o exemplo. Diz quem sabe da recente História de Portugal, que foi essa a primeira razão que tornou o Dr. António de Oliveira Salazar, indestronável, parece que o homem tinha a mania de não dar maus exemplos.
Facto é, que em vida e após ter sido convidado pela segunda vez para assumir o poder, aos 37 anos de idade, só após a sua morte, se reuniram os consensos necessários e suficientes, para que se mudasse de regime, que entretanto tinha caducado com a mesma, por falta de validade…e respectiva falta de sabedoria, dos que o queriam substituir mas não conseguiram, pelo que se sabe porque já precisavam de trocar de sapatos com mais frequência.
Parece que o Homem teimava em usar sempre os mesmos sapatos, ( uns diziam que por forretice, outros porque tinha os pés tortos e não era fácil fazerem-lhe uns á medida ), e que tinha o péssimo hábito de não dar ponto sem nó, nem deixar pontas soltas, o que dificultou sempre muito a vida a quem o queria destronar. Mas pior que tudo foi ter morrido pobre, isso é que foi mesmo uma maldadezinha daquelas que só um verdadeiro cínico é capaz. Morrer pobre. É que não se podendo acusar o homem de burrice, fica-se a pensar por que raio é que um homem ao fim de tantos anos no poder, nem uma continha num off-shore amealhou...
Mas não é para falar de história que vos escrevo, até porque a minha ideia neste blog é apontar caminhos positivos, começando por ver como positivo o que aparentemente se nos afigura como “pessimismo”.
Voltei um pouco atrás na história, porque na minha humilde opinião ainda somos todos vitimas e órfãos em simultâneo do paternalismo Salazarista, e portanto quando aparece alguém como o Dr. Medina Carreira, a invocar princípios de génese Salazarista, como o velhinho “Produzir e poupar como manda Salazar”, tem obtido (observação empírica) uma de duas reacções, ou dizem que ele dada a idade está a ficar xéxé, e aí ficamos a saber que o critico ou a critica tem origem na oligarquia que beneficia com “esta” democracia , ou então temos a reacção, da esmagadora maioria do povo, da esquerda á direita, das tendências mais católicas ás mais progressistas, que é admitir que o homem alem de dizer a verdade, tem razão. O que como sabemos é outra chatice, quando alguém consegue conjugar as duas coisas no mesmo conjunto de argumentos, porque corre o risco de se tornar inatacável, pior ainda, de fazer todo o sentido.
Pois é. Mas com tanta evidência não é difícil acreditar, no homem. Acontece porem que eu não vejo o Dr. Medina Carreira a apontar soluções objectivas, concretas e exequíveis em tempo real. E porquê? Porque ele próprio também não as tem? Ou será que não as quer avançar ? Os diagnósticos que ele faz há 30 anos também eu os faço e tenho menos alguns anos que ele, mas de diagnósticos está o País cheio, e segundo se sabe o inferno também…
Todos os que somos responsáveis ou que a dada altura tivemos que assumir responsabilidades perante a vida, sabemos, que há princípios que são válidos sempre. Já o eram antes de termos nascido, e depois de morrermos continuarão a sê-lo. No entanto a realidade em que esses princípios são aplicados é que vai mudando, logo a sua validade embora sem nunca poder ser posta em causa ganha maior ou menor importância conforme a oportunidade da sua aplicação.
Resumindo, só quando um país atinge um nível de pobreza materialmente significativo, é que as pessoas se sentem na obrigação de aplicar o conceito que eu próprio conheci á relativamente pouco tempo e que dá pelo pomposo nome de “Integridade Situacional”.
O que é isto?
Posto por outras palavras. É darmos sempre o nosso melhor, independentemente de todas as circunstâncias que nos rodeiam. Por outras palavras mais simples ainda. Em vez de estarmos sempre a olhar para os outros, e partindo dos erros dos outros encontrarmos a provedora justificação para os nossos, o melhor é deixarmo-nos de uma vez por todas de desculpas e começarmos a assumir cada um a nossa quota parte de responsabilidade na catástrofe financeira que nos espera, se não tivermos o discernimento e a coragem para tomar ou levar a tomar as medidas certas.
Temos de enterrar de vez os sindromas do Estado Novo, um dos quais é começarmos por admitir e aceitar com naturalidade que financeiramente foi o período áureo da história de Portugal, não encontrando paralelo, nos 867 anos da nossa história enquanto nação.
Logo se queremos aprender alguma coisa em termos financeiros, não podemos deixar de leccionar HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DE PORTUGAL, aos nossos alunos, contrariamente ao que já fizeram os EUA, a Inglaterra, e a França se prepara para fazer...
Por outro lado e já que estamos a falar financeiramente, tive a oportunidade de ler recentemente um pequeno livro, bem escrito, de fácil leitura (como convem..), sobre aspectos financeiros domésticos, onde o autor se questionava porque é que na escola não se ensinavam os alunos a saber fazer um mero orçamento pessoal mensal ? A quem pode interessar esta ileteracia financeira? Ao mercado? Aos governantes?
Uma coisa eu sei a nós não nos interessará certamente, porque sem orientação económica e sem podermos contar a prazo com a segurança social estaremos todos condenados a uma velhice alem de solitária, mísera também, caso não aprendamos depressa a POUPAR..
Por outro lado, e pese embora o Estado Novo nos tenha deixado de herança as famosas 865 toneladas de ouro, (das quais já só nos restam 300..) não nos deixou qualquer sistema de protecção social digno desse nome.
Tudo o que foi criado, foi criado do zero, acabámos por cometer excessos, e hoje estão alguns a usufruir de direitos que os que estão a pagar não vão usufruir de certeza absoluta e todos sabemos disso.
Este sistema feudal inter geracional, só poderá ser quebrado quando tivermos a coragem de aceitar que os que mais usufruem, terão que abdicar de parte desses rendimentos em favor dos que menos ou nada usufruem, e que as pensões ilegitimamente conseguidas á custa de regimes de segurança social perversos e meramente residuais, terão de ser pura e simplesmente subtraídas do sistema.
Como dar a volta a isto ? É a questão que se impõe.
Mudando as regras, que nunca até aqui foram mudadas.
Porquê? Porque se a realidade actual e futura vai assumindo contornos negros que nunca foram assumidos no passado - pelo menos que quem está vivo se lembre - é natural que se não forem tomadas NOVAS E CRIATIVAS MEDIDAS, tratar novos problemas com velhas receitas, só irá agravar a actual situação. É o que tem acontecido até aqui, e irá continuar a acontecer. Sugerir aqui mais medidas deste tipo sabendo de antemão, que não existe a necessária coragem politica para as implementar, seria como dar “pérolas a porcos”, um desperdício de tempo e talento.
Talvez por isso o Prof. Medina Carreira, ainda não se tenha sentido motivado a avançar com sugestões mais concretas.
Quanto a mim tudo se encaminha num sentido em que cada vez mais mentes distraídas, acabarão por ficar menos distraídas, até que acabem focadas tão só na sua sobrevivência. Agora que ainda estamos a tempo de mudar o rumo do barco, parece que o vento, não é favorável.. ou somos nós que perdemos a coragem de navegar á bolina!!??
Iremos portanto aguardar serenamente que se o bom senso não sobrevier a todos, o tempo acabará por o fazer. Auguramos um óptimo futuro para o nosso país, pois se os nossos politicos não tiverem a coragem necessária para tomar as medidas correctas os nosso credores, não o deixarão de fazer, certamente.
Abençoado EURO que retiraste de mãos irresponsáveis, a eterna almofada da politica monetária.
Identificas em Medina Carreira o mesmo que eu. Sabe bem o que são os problemas, mas na hora de apresentar soluções...
ResponderEliminarPortugal está como está muito por culpa dessa estirpe que identificaste, sempre a comer da renda alheia. Mas o relaxamento do cidadão comum tem grande culpa também, sendo que é cada vez mais manipulado pelos meios de Comunicação Social (informação e desinformação já se confundem há uns bons anos).
Se é verdade que cada cidadão por si só tem de trabalhar em prol da sociedade, também é verdade que têm que ser criados os mecanismos necessários para prevenir e punir comportamentos desviantes. E para isso é preciso mudar o pútrido sistema (des)governativo.
Tem de existir união da sociedade civil (que em Portugal nem se sabe muito bem o que é) em torno de ideias e objectivos fortes. A dispersão não será favorável à mudança.
Um abraço.
Caro Vitor,
ResponderEliminarEu consigo ouvir as soluções que o Medina Carreira propõe. Ainda há pouco o ouvi apontar alguns caminhos, mas também o ouvi dizer que enquanto não aterrarem na Portela uns Senhores que nos venham dizer como é que devemos fazer, não vamos lá.
Não há coragem para isso. É necessário vir alguém do estrangeiro fazer o papel de mau, para o governo ficar com o papel de vítima: Fizémos porque fomos obrigados. E assim ficam todos muito bem na "fotografia" perante os seus eleitores, não será?
Mas o melhor mesmo é ouvir o que foi dito por todos os convidados do Prós e Contras de hoje:
"O DESAFIO DAS CONTAS PÚBLICAS"
http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/pros-contras/
Cumprimentos,
Noélia (00:22 de 02/02/2010)
(Carlos, o relógio está atrasado)
Obrigado a ambos pelos v/ comentários.
ResponderEliminarVitor a sociedade civil existe e está a despertar, não és só tu, eu ou a Noélia. Cada vez somos mais, mais unidos e focados, é tudo uma questão de ACREDITAR, e continuar o caminho..
Atento...De longe...E a trabalhar para encontrar a melhor solução para isto.
ResponderEliminarCativem mais pessoas. Ainda são mt poucos.
Um abraço.
Carlos, esperava mais de ti. Agora 35 anos depois ainda vens culpabilizar o antigo regime por não nos deixar um sistema de protecção social digno desse nome? Estás com medo que alguém tenha saudades do passado?
ResponderEliminarMas eu até percebo, o Estado Novo, foi um exemplo de que é possível governar com rigor, eficiência e excelência. Queixa te apenas das questões negativas, que assentavam numa doutrina ultrapassada e sem futuro, que não deixa saudades à maioria dos Portugueses.
Eu não tenho saudades da doutrina do Estado Novo, mas entendo-a como uma resposta noutro tempo noutras circunstancias, consequência de uma Primeira Republica falhada.
Mas já passaram 35 anos, e dezenas de biliões de Euros depois, 500 toneladas de ouro depois, não aceito que exista qualquer desculpa com o Estado Novo. A culpa é da nossa Republica Democrática, da nossa fraca constituição, e dos que a apoiam. Os democratas que assumam aquilo que apoiam. Acho irónico, a felicidade de democratas viscerais, e neste caso o Carlos, por se congratular por uma responsabilidade da maior importancia para o país, como o controlo da moeda, passar para o controlo de instituições oligarquias.
Existe então uma convivência paradoxal, "defendo a democracia com a minha vida, mas não acredito nos políticos eleitos, e quanto menos os democraticamente eleitos mandarem melhor", e tudo com a magna legitimidade: "é o melhor regime que conhecemos".
A defesa desta "democracia", faz lembrar o sino de Pavlov, e por muito que o sino toque, e a comida não venha o cão não deixa de salivar.
Assumam de vez a responsabilidade que a democracia tem, se quiserem que isto não se volte a repetir, e façam pelo melhor, boa sorte.
Amigo Ludovico Cardo, obrigado pela sua sempre prezada opinião. Felizmente estamos em democracia, senão enviava já um agente da PIDE atrás de si, para lhe fazer a folha..;-), assim tenho que me limitar a responder-lhe. Tentando resumir o que disse. Concordamos num ponto, é que ESTA DEMOCRACIA, não é representativa do interesse comum, assim como o CORPORATIVISMO que o amigo defende tão sériamente, tambem não o é. Nem sei mesmo se existe um sistema ideal, o que sei é que para enfrentar crises deste tamanho, é sempre melhor haver alguem no comando que saiba para onde dirigir a nau, e que tenha AUTORIDADE para o fazer. Por isso pressinto e prevejo que a CHINA & a Russia, se irão safar desta melhor do que qualquer outro país exactamente porque não são democracias. Uma não é de todo e outra, de todo tambem não o é. O problema é que ninguem está disposto a abdicar das benesses da democracia, a não ser que a democracia deixe de as proporcionar. Aí então será um ái Jesus.
ResponderEliminarQuanto á politica monetária. Do mal o menos, porque entre tê-la entregue ao Governador de Portugal com as actuais provas de competências dadas, pessoalmente até preferia que a nossa politica monetária fosse entregue a um chinês, porque mesmo este dificilmente nos prejudicaria tanto. Felizmente, e repito Felizmente a nossa politica monetária já não está nas nossas mãos.
Quanto ao exemplo do cãozinho de Pavlov, eu contraponho-lhe o efeito de hawthorne, e sugiro que começe a escrever e a fazer tudo na sua vida como se estivesse a ser observado por alguem. Olhe o exemplo do Mário Crespo, ontem é o principio disso mesmo. A censura do estado novo era uma brincadeira de crianças, ao pá da actual. Como temo que a discussão não irá ficar por aqui, sugiro-lhe outras opções mais recatadas de comunicação, a bem da nossa saude.
Cara Noélia,
ResponderEliminarNuma entrevista, o ano passado, do Mário Crespo ao Medina Carreira o primeiro perguntou então qual era a solução para o estado actual do país, tanto em termos económicos como políticos, ao que o último respondeu que não via actualmente nenhuma solução.
A única prova que tenho é a minha palavra, pois como deve de imaginar não vou agora vasculhar os vídeos à procura de 10 segundos.
Caro Carlos, oxalá tenhas razão!
Cumprimentos.
Pois Vitor, mas ele deve ter andado a estudar o assunto e passado um ano indica alguns caminhos. Não necessita apresentar prova nenhuma,a sua palavra é suficiente.
ResponderEliminarCumprimentos,
Noélia
Cada vez mais, em cada um de nós existe um economista. Porque, cada vez mais, se vai desmistificando a economia como uma disciplina de senso comum. Foi ver os economistas à rasca, sem saberem que explicações dar para a crise, quando a mesma ocorreu, para todos perceberem que aquilo está muito longe de ser uma ciência exacta; ou mesmo uma ciência, tout court.
ResponderEliminarAgora todos começam a perceber que, ao país como às nossas casas, se aplicam "leis" tão corriqueiras como a seguinte: não se deve gastar mais que aquilo que se ganha, ou se produz.
Ora o nosso país anda há muitos anos a gastar acima das suas possibilidades, dos seus rendimentos; é por isso que agora temos uma dívida superior ao PIB, o que quer dizer que vamos ter de andar mais de um ano a trabalhar só para a pagar. E se não começamos a pagá-la, se continuamos a adiar, isto vai-se ainda agravar mais.
Para simplificar (e este é um dos dados que Medina se farta de apresentar nas suas intervenções): somos pouco qualificados, estamos mal geridos e dependentes do papá-Estado (como certos filhos não conseguem viver sem a ajuda dos pais até depois dos 40), trabalhamos pouco, produzimos pouco e com pouco valor acrescentado, para o nível de consumo a que nos habituámos.
A solução é muito simples e óbvia (e, ao contrário do que diz o Carlos Miguel, já ouvi o MC adiantá-la): durante um tempo, TEMOS DE REDUZIR OS NOSSOS SALÁRIOS.
O problema ainda está em que não há nenhum candidato a governante que se possa apresentar com um programa destes, pois nunca ganharia umas eleições. Habituámo-nos de tal maneira ao bem-bom que, agora, ninguém está na disposição de apertar o cinto. Sobretudo porque os que ocupam cargos "mais elevados" não dão o exemplo; e era por aí que tudo tinha de começar.
Mas, como muito bem refere o Carlos Miguel: basta de nos queixarmos dos dirigentes! Que cada povo tem os dirigentes que merece é uma verdade geral, que a nós se aplica por maioria de razão. Comecemos mas é por perguntar a nós mesmos, ao findar do dia, o que é que durante este fizémos para ajudar o país a mudar o seu rosto, nesta situação de crise.
Olhem, bem podiam começar por uma sugestão que o Carlos Miguel também dá: participem no Programa Limpar Portugal!
Somos, como escreveu o pensador José Gil, um país de não-inscritos (síndroma que decorre do medo dos tempos salazaristas que ainda se nos cola à pele - e que só quem não lhe sofreu as consequências, como o comentador "Ludovico", não consegue, ou não quer, perceber). Comecemos a mudar esse estado de coisas por nós mesmos: inscrevamo-nos!
Raul Henriques, és mais um daqueles que só lê ou percebe aquilo que interessa. Não sei de facto o que foi viver no tempo do Salazarismo, mas sei que Portugal não era só este rectângulo, e que tivemos uma guerra em três territórios africanos, embargos internacionais. Não tínhamos ajudas externas. Obviamente era difícil gerir um estado, com esta dimensão, com os meios existentes, mas foram-se criando condições para o país avançar, lenta mas firmemente. Construíam-se obras de grande dimensão, pelo orçamento, e cumpriam os prazos (E agora?). E o Salazar como pessoa, mostrava que não se devia gastar mais do que se tinha, e que se devia poupar (Não foi aqui que falhámos e continuamos a falhar?). Ele dava o exemplo.
ResponderEliminarO Estado Novo tinha muitas coisas más? Sim tinha. Portugal devia acabar com elas, sim devia. Era tudo mau no Estado Novo? Não. Devíamos aprender algumas coisas com o Estado Novo? Claro que sim.
No sistema económico em que vivemos, a estabilidade, é efémera, é comer ou ser comido. E quando a coisa corre mal, somos comidos, como a Grécia está a ser, e idem Portugal, se nada mudar no pouco tempo que resta.
O Raul Henriques, segue a solução mais simples, que é escolher a forma mais razoável de sermos comidos, o que para mim não é solução nenhuma, é uma contingência de um país falhado.
Eu recuso-me a inscrever num sistema corrupto, que só mostra eficiência em manter-se no poder. Sou demasiado novo para me sujeitar ás soluções que me oferecem, que a meu ver não passam de remendos, e nunca soluções de facto.
Se vivêssemos num país próspero, os "bem pensantes" diziam que era por causa da democracia. Como o pais se está a afundar, os "bem pensantes" é por causa do Salazarismo. Eu estou farto de "bem pensantes" destes arrastam problemas e não têm soluções, recusam-se a reconhecer bons exemplos (Pavlov será?) em última instância, ridículos.
Eh, pá, "Ludovico": a confusão que vai nessa cabecinha!
ResponderEliminarE, embora já tenhas entrado na senda do insulto, recurso daqueles que têm falta de argumentos, vou admitir que foi um impulso e que és bom rapaz, e pedir-te que deites cá para fora as soluções que preconizas (embora se tema o pior).
Se não o fizeres não tens moral para dizer mal das que os outros avançam.
O meu comentário não é negativo, só a dizer mal: boas ou más, estão lá escarrapachadas soluções em que acredito.
No teu, só bota-abaixo e insulto, terrenos em que não me quero movimentar!
Isto alongou-se, visto que estou de férias...
ResponderEliminarParte I - "só bota-abaixo e insulto" e "confusão que vai nessa cabecinha!"
Enumeração das soluções apresentadas Raul Henriques:
1) durante um tempo, TEMOS DE REDUZIR OS NOSSOS SALÁRIOS.
2) basta de nos queixarmos dos dirigentes!
3) Comecemos a mudar esse estado de coisas por nós mesmos: inscrevamo-nos!
As minhas respostas:
1) Onde é que isto não é uma continência de um país falhado?
2) Devemos estar contentes? Devemos aceitar que continuem no poder com a sua incompetência? Eu percebo que a solução não é ficar-se pelo dizer mal dos dirigentes, mas certamente não passa por deixar de o fazer.
3) Podemos e devemos ajudar o país a crescer, participar activamente na comunidade. Acho bem, alinho, não alinho é neste sistema politico, no qual não acredito. As interacções que tenho com o sistema politico, devem-se unicamente à minha forma pragmática de encarar a vida.
Conclusão, acho as soluções que apresentaste ridículas, pelo simples facto que não alteram a raiz do problema. Fica o insulto explicado.
Se encaras a minha critica como "bota-abaixo", então peço desculpa, mas disse o que penso.
Onde é que está a minha "confusão", onde é que fui impreciso na minha análise?
Parte II - Algumas soluções
ResponderEliminarNão posso dizer o que acho que é Portugal enquanto nação. As razões apresento no Parte III. Mas posso dizer que Portugal para mim, não é apenas a entidade Estado. E sistemas como o capitalismo e o comunismo, enquanto doutrinas são essencialmente baseadas na economia. E aquilo que é reconhecido como "democracia moderna", é um sistema capitalista implementado em pleno.
Queres soluções económicas, aqui fincam algumas:
A) Combater desperdício:
Equipas de monitorização do poder local, de forma a verificar as enormes despesas com custos de pessoal como por exemplo os "Jobs for the boys".
Verificar no final de cada ano como foi implementado o orçamento de estado, e apurar responsabilidades.
B) Criar condições vs dar dinheiro:
Não oferecer dinheiro sem saber como é gasto, em tudo o que se faz, e sempre que possível, ajudasse na compra de algo, em vez de dar dinheiro para comprar:
- exemplo demonstrativo e não exacto - Pescadores, paga-se metade do barco, agricultores paga-se metade do tractor.
Sempre que possível, monitorizar os resultados destes investimentos a curto e médio prazo, para verificar o sucesso, e punir irregularidades.
C) Lutar por cotas justas na EU
Uma boa parte dos fundos da EU que vieram para Portugal, foram para abater produção nacional especialmente no sector primário. Recuperar cotas em sectores que podemos ser os melhores, alguns exemplos: vinho, azeite, leite, laranjas, cereais, pescas, produtos frescos, com isto reduzimos importações e aumentamos exportações.
D) Aposta séria no turismo
Promover turismo de qualidade. Na procura de contratar mão de obra barata perdeu-se alguma qualidade nos serviços de restauração.
A criminalidade começa a afectar o turismo em Portugal. Já que os políticos não se interessam muito com a segurança dos Portugueses, pelo menos que ofereçam segurança para os turistas.
Todas estas medidas não podem ter sucesso se não forem implementadas por dirigentes competentes, não precisamos de baixar os salários para as implementar. Estas são as soluções que ninguém viu implementadas, nem se vão ver pelo andar da carroça.
Este é o Portugal que podia ter sido...
Estas são algumas medidas concretas, que até podem nem ser muito exactas, e só as escrevi para não me acusarem de não apresentar nada de concreto. O mais importante para um governo, é convidar exemplos de excelência, dos vários sectores, e explorar novas ideias por forma a crescer e inovar, que estão fora do alcance do sector político. Daí a existência de câmaras corporativas. Um parlamento que serve para discussões da treta como temos, é ridículo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarBem, tenho andado ocupado com outros projectos e só agora pude ver este post e comentários.
ResponderEliminarAos amigos Carlos e Ludovico um abraço pelo post e comments de qualidade.
Ao Raul Henriques, as suas intenções são boas mas falta aqui uma resposta ao Cardo que não sei se está em condições de avançar.
Ainda assim motivação e força para novos projectos.
Se tiverem interesse e tempo para ler um dos 86 artigos já publicados em inglês e Português no blog de que sou fundador dêem lá um salto
http://buildingeurope.blogspot.com/
Estou totalmente em sintonia com as posições do comentador Ludovico Cardo. Salazar soube gerir o país com inteligência, prudência e honestidade e só com o produto do nosso PIB. Bem-Haja!
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