quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Eis pois, a Revolução!

( publico este texto que me chegou por email, e com o qual concordo na totalidade à excepção do 6º ponto, que ainda assim publico na mesma, desconheço o autor, mas se o mesmo entender assumir a autoria do texto, bastará comunicar-me e eu colocarei de imediato o seu nome no mesmo. ) 


Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que a Revolução, uma nova Era já começou!

As pessoas andam um bocado distraídas! Não deram conta que há cerca de 3 meses começou a Revolução! Não! Não me refiro a nenhuma figura de estilo, nem escrevo em sentido figurado! Falo mesmo da Revolução "a sério" e em curso, que estamos a viver, mas da qual andamos distraídos (desprevenidos) e não demos conta do que vai implicar. Mas falo, seguramente, duma Revolução!

De facto, há cerca de 3 ou 4 meses começaram a dar-se alterações profundas, e de nível global, em 10 dos principais factores que sustentam a sociedade actual. Num processo rápido e radical, que resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses... E que irá mudar as nossas sociedades e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!

... tal como ocorreu noutros períodos da história recente: no status político-industrial saído da Europa do pós-guerra, nas alterações induzidas pelo Vietname/ Woodstock/ Maio de 68 (além e aquém Atlântico), ou na crise do petróleo de 73.

Estamos a viver uma transformação radical, tanto ou mais profunda do que qualquer uma destas! Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que a Revolução já começou!

Façamos um rápido balanço da mudança, e do que está a acontecer aos "10 factores":

1º- A Crise Financeira Mundial : desde há 8 meses que o Sistema Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se "bancarrota") e só se tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injectado (eufemismo que quer dizer: "emprestado virtualmente à taxa zero") montantes astronómicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial, sem o qual este já teria ruído como um castelo de cartas. Ainda ninguém sabe o que virá, ou como irá acabar esta história !...

2º- A Crise do Petróleo : Desde há 6 meses que o petróleo entrou na espiral de preços. Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar. Duas coisas são porém claras: primeiro, o petróleo jamais voltará aos níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva, devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e amealham!) e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos custos de energia, de transportes, de serviços. Por exemplo, quem utiliza frequentemente o avião, assistiu há 2 semanas a uma subida no preço dos bilhetes de... 50% (leu bem: cinquenta por cento). É escusado referir as enormes implicações sociais deste factor: basta lembrar que por exemplo toda a indústria de férias e turismo de massas para as classes médias (que, por exemplo, em Portugal ou Espanha representa 15% do PIB) irá virtualmente desaparecer em 12 meses! Acabaram as viagens de avião baratas (...e as férias  massivas!), a inflação controlada, etc...

3º- A Contracção da Mobilidade : fortemente afectados pelos preços do petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer contracção profunda e as trocas físicas comerciais (que sempre implicam transporte) irão sofrer fortíssima retracção, com as óbvias consequências nas indústrias a montante e na interpenetração económica mundial.

4º- A Imigração : a Europa absorveu nos últimos 4 anos cerca de 40 milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação, num movimento incessante e anacrónico (os imigrantes são precisos para fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a Itália). Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou 6 anos! A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que lutarão pelo poder e melhor estatuto sócio-económico (até agora, vivemos nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza deles)!

5º- A Destruição da Classe Média : quem tem oportunidade de circular um pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes médias (que julgávamos estar apenas a acontecer em Portugal e à custa deste governo) está de facto a "varrer" o Velho Continente! Em Espanha, na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França os problemas das classes médias são comuns e (descontados alguns matizes e diferente gradação) as pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, a perder força social e capacidade de intervenção.

6º- A Europa Morreu : embora ainda estejam projectar o cerimonial do enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já não tem projecto, já não tem razão de ser, que já não tem liderança e que já não consegue definir quaisquer objectivos num "caldo" de 27 países com poucos ou nenhuns traços comuns!... Já nenhum Cidadão Europeu acredita na "Europa", nem dela espera coisa importante para a sua vida ou o seu futuro! O "Requiem" pela Europa e dos "seus valores" foi chão que deu uvas: deu-se há dias na Irlanda!

7º- A China ao assalto! Contou-me um profissional do sector: a construção naval ao nível mundial comunicou aos interessados a incapacidade em satisfazer entregas de barcos nos próximos 2 anos, porque TODOS os estaleiros navais do Mundo têm TODA a sua capacidade de construção ocupada por encomendas de navios... da China. O gigante asiático vai agora "atacar" o coração da Indústria europeia e americana (até aqui foi just a joke...). Foram apresentados há dias no mais importante Salão Automóvel mundial os novos carros chineses. Desenhados por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de BMWs e de Mercedes (eu já os vi!) e vão chegar à Europa entre os 8.000 e os 19.000 euros! E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial europeia...helás! Estamos a falar de centenas de milhar de postos de trabalhos e do maior motor económico,  financeiro e tecnológico da nossa sociedade. À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira de crianças! (Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a qualificá-los cada vez mais).

8º- A Crise do Edifício Social : As sociedades ocidentais terminaram com o paradigma da sociedade baseada na célula familiar! As pessoas já não se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as novas gerações não querem laços de projecto comum, os jovens não querem compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e actuação comum...

9º- O Ressurgir da Rússia/Índia : para os menos atentos: a Rússia e a Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma velocidade estonteante! Com fortes lideranças e ambições estratégicas, em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!

10º- A Revolução Tecnológica : nos últimos meses o salto dado pela revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as comunicações, a nano tecnologia e a integração tecnológica) suplantou tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos últimos 5 anos!

Eis pois, a Revolução!

Tal como numa conta de multiplicar, estes dez factores estão ligados por um sinal de "vezes" e, no fim, têm um sinal de "igual". Mas o resultado é ainda desconhecido e... imprevisível. Uma coisa é certa: as nossas vidas vão mudar radicalmente nos próximos 12 meses e as mudanças marcar-nos-ão (permanecerão) nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a ter carreiras profissionais instáveis, com muito menos promoções e apoios financeiros, a ter estilos de vida mais modestos, recreativos e ecológicos.

Espera-nos o Novo! Como em todas as Revoluções!

Um conselho final: é importante estar aberto e dentro do Novo, visionando e desfrutando das suas potencialidades! Da Revolução! Ir em frente! Sem medo!

Afinal, depois de cada Revolução, o Mundo sempre mudou para melhor!...



( Autor desconhecido )

10 comentários:

  1. Bom texto Carlos, mas como tudo tem solução, menos a morte, vamo-nos adaptar as novas situações. Os europeus, americanos e japoneses são os principais culpados desta situação pois puseram-se a investir a torto e a direito na China, para bem deles pois eles também têm direito a ter carros, não é só bicicletas. Como o combustível vai ter preços altos e os ordenados dos chineses também vão evoluir, as mercadorias deles vão deixar de ser tão baratas.
    Os produtos locais vai ser o futuro a não ser que se descubra um combustível milagroso.

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  2. Olá João, como deves ter reparado o texto não é meu, mas o que afirmas é verdade, embora a China tenha uma reserva de mão de obra, que ainda vive na miséria superior a 300 milhões de pessoas.. que é mais de metade da toda a população da UE..

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  3. Olá "Espiralistas"

    Só para corrigir que a reserva de mão de obra da China é na casa dos 1.000 milhões de pessoas. Só ainda 300 milhões são urbanos e responsáveis pelo milagre económico. Os outros continuam a trabalhar na agricultura de quase subsistência.

    Sem querer retirar impacto ao texto que apesar de bem escrito, me parece um pouco "pseudo-Apocaliptico" aqui deixo algumas vias de reflexão crítica na linha do comentário do João:

    a) O milagre económico chinês ainda se baseia e modelos de desenvolvimento clássicos. Os empregados da Huawei (periféricos de PC e telecomunicações), a maior empresa da industria mundial, com cerca de 30.000 empregados, cobra portagens para se entrar e saír da fábrica. Cerca de 14.000 empregados vivem sózinhos nas próprias instalações da fábrica e auferem uma remuneração média de 120 dólares por mês.

    b) Os problemas demográficos da China ao nível do seu crescimento de da verdadeira matança de meninas nas zonas rurais é bem conhecida, mas quando se trata de dinheiro, toda a gente se esquece de questões essenciais e óbvias. Isto vai travar e muito, a taxa de crescimento da população chinesa, que vai passar de exponencial para logarítmica seguramente. Isto acontece porque na cidade os filhos deixam de ser um recurso para aumentar os rendimentos e passam a ser um empecilho para se garantir os rendimentos do trabalho em fábricas.

    c) A evolução económica não acontece numa progressão linear, conforme as fórmulas econométricas ou sociológicas aplicadas ao crescimento da economia ou da população, parecem fazer crer. Antes se comportam em curvas ascendentes e descendentes com picos e depressões de inversão, que até agora nunca ninguém antecipou em nenhuma das muitas crises e desenvolvimentos súbitos dos últimos 100 anos.

    d) Com o crescimento económico e o aumento do ensino e escolaridade, vem também os protestos e a melhoria dos níveis de vida e aumento dos direitos universais dos Homens. A China não vai continuar a ser um regime totalitarista por muito mais tempo.

    Abraços Positivos
    fc

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  4. Olá Fernando, é sempre bom um «bálsamo de optimismo» depois de um texto destes.

    É para todos mais ou menos claro, que são os chineses, brasileiros, indianos e russos que aspiram ao nível de vida ocidental e não o contrário, contudo e infelizmente para todos nós os recursos do planeta são escassos, e parece-me que o crescimento da população já ultrapassou o ponto de equilíbrio.

    A China & a Índia competem assim directamente com o ocidente na obtenção destes recursos, com a vantagem de disporem de meios financeiros como nenhum outro país conseguiu acumular na história da humanidade ( proporcionalmente e face aos restantes ) nem a própria Inglaterra no auge do império britânico.

    A tua análise não está errada no que descreve, porque é realmente esse o caminho do povo chinês, contudo e na minha humilde opinião, peca por um optimismo tipicamente ocidental, porque parte de uma premissa que afecta frequentemente a capacidade de análise de um ocidental, que o paradigma ocidental é susceptível de ser aplicado a uma cultura multi-milenar como a chinesa.

    A China não aplica os direitos humanos ( hoje comemora-se o dia ), e isso faz toda a diferença, porque sem direitos dos cidadãos o dever do estado é o que eles quiserem a cada momento que seja.

    Para o governo chinês e para qualquer cidadão chinês, o valor da vida humana, é escasso ou nulo, porquanto no entender deles (nascem todos os anos cerca de 25 Milhões de chineses) o grande problema, é não terem tido a «sorte» de terem tido pestes, Gripes Espanholas, ou duas grandes guerras mundiais que ajudaram a Europa e os EUA, a conter o excesso de população e a permitir condições ímpares para o seu desenvolvimento, assim e ao contrário do que tu afirmas, o governo chinês não irá abrir mão do poder centralizado de que dispõe, sem antes «liquidar» alguns milhares senão mesmo milhões de chineses.

    Em todo o caso, para o resto do mundo será indiferente, porque à medida que os BRIC´s vão mantendo o teor crescente das suas economias, o Ocidente vai recuando para os níveis de vida pré-Segunda Guerra , e até que se restabeleça o equilíbrio ( sempre precário ) teremos as próximas 2 ou 3 gerações de Europeus, e Norte Americanos a comer feijão com arroz, e um pedaço de frango carregadinho de hormonas e nitrofuranos uma vez por semana, porque o dinheiro não dá para mais.

    Peço desculpa por não partilhar contigo, do mesmo optimismo, mas no meu caso especifico o ordenado não me cai na conta todos os meses, sou eu que o transfiro para lá...e têm-se passado alguns meses, em que ele teima em lá não aparecer, e no entanto ainda sou dos privilegiados que têm trabalho, este sim o RECURSO MAIS ESCASSO da nova era, em que entrámos em 2008.

    Grande abraço e mantém-te optimista, algo me diz que a cotação dos optimistas está e irá continuar em alta durante pelo menos + 10 anos.

    NOTA POSITIVA: Estou totalmente de acordo com a actual «PRAXIS GERMÂNICA», como o único caminho saudável para enfrentarmos a realidade, e tenho cada vez mais dificuldades em admitir validade noutras.

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  5. Qual é a Praxis germânica que referes, concretamente?

    Estou em crer que os nossos problemas na Europa do Sul (que não são acompanhados nem os mesmos da Europa do Norte) têm muito mais a ver com a incompetência monumental de um conjunto de governos que se guindou ao poder através de uma fantástica manipulação dos meios de comunicação e por histeria de grupo" no caso e Espanha...
    Só quem no fez os seus trabalhos de casa é que foi apanhado pela crise sub-prime de 2008. Tudo o resto, não passa de situações normais de crises de crescimento económico e de desenvolvimento social, perfeitamente "geríveis" e que nada têm de catastrófico.
    A Alemanha no mesmo contexto internacional da Grécia, França, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália vai crescer quase 4% este ano.
    Há bons e maus governos. Há empresas portuguesas que exportam para a China!!!
    Quando os governos "democráticos" perdem o contexto da filosofia democrática nas suas acções de governativas e tomam decisões a pensar no seu próprio umbigo, em vez de serem no interesse do bem comum da população que os elegeu, perde-se todo o sentido da democracia e as asneiras acumulam-se.

    Abraços
    fc

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  6. ... desculpem-me os "typos"... este teclado está a precisar de reforma :)

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  7. Refiro-me ao primado do equilíbrio das contas públicas sobre o primado dos gastos ilimitados e sem controlo, como foi apanágio dos governos portugueses dos últimos 36 a 40 anos.

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  8. Olá Miguel

    Pois é!
    Quando o tratado de adesão ao Euro estabelecia que os défices governamentais não deviam ser superiores a 3%, havia uma razão (se bem que ninguém se incomodou a explicá-la) que era exactamente o de manter o valor da moeda, já que não se montou propositadamente (julgo eu) um mecanismo que permita a depreciação da moeda.
    Julgavam os negociadores de então que isto seria suficiente para manter a rédea curta aos diversos governos. Afinal não foi.
    Assim, os governos incompetentes e criativos continuaram a gastar à tripa forra e quando a desgraça lhes bateu à porta, porque começa a ser difícil convencer alguém de pagaremos as dívidas acumuladas, é um "aqui del'rei" que os mercados são uns malandros.

    Abraços Posititvos

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  9. Acontece porem que o Euro é como o Toyota. Veio para Ficar! E não há volta a dar.

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  10. Excelente texto!

    As Revoluções são necessárias, é um virar de mentalidades, uma adaptação sem tréguas, e sempre novas mudanças fazem uma nova era.

    Músicas bonitas!

    Lumena Oliveira

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