quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Eficiência Energética & Renováveis - Saida para a Crise.


Recentemente todos se lembram do empresário Luso Americano, Patrick Monteiro de Barros, querer construir uma nova Refinaria de Gasolina, cujas emissões de co2 para a atmosfera obrigariam em consequência á construção de uma central nuclear em Portugal. Desta forma este empresário pensava poder assim compensar o excesso de poluição produzida pela refinaria com a poupança de poluição nomeadamente na utilização de combustíveis fosseis como o carvão ou o fuelóleo ( derivado do petróleo ) que daí resultaria. Esta necessidade decorre do Protocolo de Quioto que Portugal assinou, com os restantes países europeus, e que nos obriga a cumprir quotas de poluição ou de outra forma adquiri-las a terceiros que delas não precisem.



Efectivamente e pese embora a ideia fosse economicamente viável, e gerasse milhões de euros de impostos, e PIB, os nossos responsáveis políticos rejeitaram-na alegando que a construção de uma nova refinaria cujo único cliente seriam os EUA, era mais uma forma destes exportarem uma industria altamente poluente para fora do seu país, por outro lado a construção de uma Central Nuclear, alem de toda a polémica adjacente, iria permitir quando construída e a funcionar ( prazo médio = 10 anos ), sustentar pouco mais de 10%/15% do consumo esperado de energia eléctrica no país.



Como actualmente existem politicas totalmente divergentes quanto á energia nuclear, em vários países do mundo, os nossos políticos optaram por não recorrer ainda a este tipo de energia. Recordo para os devido efeitos que enquanto a França ( segundo maior produtor mundial de energia nuclear ), exporta energia eléctrica, e tem o preço mais baixo do mundo para a energia eléctrica, os nossos vizinhos espanhóis, já têem a funcionar um plano para acabar de vez com a energia nuclear, pelo que á medida que os reactores vão atingindo a sua vida útil, vão sendo desactivados e não substituídos. Um dos principais problemas da energia nuclear, continuam a ser os resíduos, ou o seu tratamento & armazenamento, uma vez que se mantêm radioactivos por algumas centenas senão mesmo milhares de anos. Apesar das recentes evoluções na construção e estrutura de funcionamento dos reactores nucleares, crê-se que perante um estado de guerra ou acidente natural grave ainda exista um perigo real de emissão de partículas radioactivas para a atmosfera, caso o reactor seja afectado. Há quem garanta que não, mas senão existe o risco existe pelo menos o medo.




Como todos já sabemos a principal fonte de energia eléctrica, o petróleo, terá tendência a acabar, pese embora se tenham vindo a encontrar novos poços e novas reservas estas estão cada vez mais no mar, e a elevadas profundidades, pelo que o seu custo de extracção é gradualmente mais elevado. Prevê-se portanto com algum grau de certeza que o petróleo não irá durar para sempre. É essa a razão porque cada vez mais se investe na energias renováveis, nomeadamente, Solar e Eólica.



Acontece porem que para que as energias renováveis venham efectivamente a ocupar o seu lugar no computo das energias disponíveis e aproveitáveis, teremos todos que investir numa reeducação dos nossos hábitos de vida e consumo, no sentido de começarmos por aumentar a EFICIÊNCIA ENERGÉTICA do nosso estilo de vida. É daqui que se esperam 50% dos ganhos na racionalização futura da utilização da energia no mundo e não somente na alteração das fontes de energia.

Ao contrário do que pode parecer á partida, isto não é um processo fácil, nem rápido, antes pelo contrário. Acontece que as alterações climáticas e respectivas consequências práticas, estão a evoluir a um ritmo muito mais rápido do que a nossa mentalização pessoal para uma rápida alteração de hábitos no sentido de uma maior eficiência Energética.



Um dos principais problemas que se coloca ao cidadão comum, é que a maioria está enredada num ciclo de pobreza, e desta forma está impedida de fazer melhorias nas suas habitações, ou preocupar-se sequer, com este tipo de assuntos, pois uma boa parte do seu rendimento destina-se á sua sobrevivência e outra parte ao pagamento do consumo de energia, sendo que boa parte dela é desperdiçada!? Só quebrando este ciclo de pobreza, com intervenções pontuais devidamente planeadas ao nível das micro - comunidades que são os condomínios urbanos, e as comunidades rurais, se pode evitar que qualquer medida tomada neste âmbito peque, por tardia, com todas as graves consequências que daí advirão para o fenómeno do aquecimento global.




O aumento da eficiência energética não passa só pelo apoio á instalação de equipamento de energia solar térmica, foto voltaica, ou mini e micro - geradores eólicos, caros e de eficiência ainda duvidosa, passa em primeiro lugar pelo aumento da eficiência do isolamento de janelas e portas, na alteração das tomadas de energia eléctrica que deveriam passar a integrar todas sem excepção um interruptor próprio, para que os aparelhos nelas ligados pudessem ser desligados através de um mero interruptor, em vez de ficarem em stand - by horas e dias,( Ex. Carregadores de Telemóvel, Televisões, TV Boxs, DVD-Videos, PC´s..) entre outras pequenas / grandes alterações, que estou certo os especialistas da área poderão enumerar, a custos baixos para o utilizador, e com resultados rápidos e efectivos. A recente campanha de troca de lâmpadas foi um desse exemplos.




Se o nosso actual governo, decidisse investir os milhares de milhões euros que pretende usar em auto-estradas, TGV e aeroporto , em R&D e fábricas de energias renováveis (Solar, Éolica e ondas), em 2 ou 3 anos, Portugal poderia ser o maior exportador mundial deste tipo de geradores / tecnologia (sendo que na das ondas é pioneiro com dois projectos a nível mundial), criava milhares de postos de trabalho, eliminava a dependência energética do exterior, a permanente exportação de divisas para pagar o crude que importa, melhorava substancialmente o ambiente, reduzia a pobreza, corrigia a balança de pagamentos e saía da crise mais depressa que todos os outros países, assim vamos só exportar rendimento e importar divida.

O exemplo é o principio de tudo.